Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Prisioneiro

Teu sorriso me pintou um calabouço
repleto das mais doces torturas.
Teu olhar me prendeu num cativeiro
No meio de um nada tão completo...

e teu perfume... ah teu perfume...
me fez cego, surdo e mudo.
Mas teu beijo, querida,
me libertou de todas as prisões

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Solidão

Numa noite sem vida a ser sentida,
uma lágrima fria me escorre ao peito
e teu calor já não me é direito,
e teu calor já não me é direito.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Beijo

Aperta mais forte minha mão
contra o teu peito.
Enquanto eu beijo seu pescoço
de qualquer jeito.

Jeito qualquer tão correto,
Que tu cerra os olhos
e parte para longe.
Vai, meu amor...

Que na hora de voltar,
Eu te mordo a orelha
e, quem sabe dessa vez,
Um beijo seu.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Cristina

Ah Cristina,
Quanto tempo eu esperei?
Não sei, não sei.
Para gritar teu nome e cantar teu canto.

Ah Cristina,
Quantos beijos não te dei?
Quantas vezes não trancei
As minhas pernas com as suas?

E quando eu te abracei, Cristina?
Só eu sei quanto lutei
Para não te esquentar com meu calor,
Para não te envolver no meu fervor.

Mas hoje, meu amor,
Hoje eu vou aproveitar!
Vou sussurrar mil poesias
e te excitar com regalias.

Vou morder suas bochecas
E sua orelha — já mordida —,
terminar de mastigar
Ah, Cristina, essa é nossa poesia.

Poesia

O poeta é o artista mais ingrato
à sua arte e ao mundo
pois sempre que escreve se vê obrigado
a concluir seu labor, fechando o poço sem fundo

Disse Picasso que no dia que terminasse um quadro
Que o prendessem num hospício,
pois sempre há algo a acrescentar
em algum canto de seu ofício.

o poeta não. Se não fecha a poesia,
o rotulam inacabado
Por isso, sinto-me sempre desonrado
quando chega a estrofe final.

Menina-mulher

*** para que as crianças de 13 anos despertem para a vida***

És menina tão adulta...
Tua infância jaz oculta
Pela boca pintada
e o olho contornado.

E o que você ganhou, menina,
Além de um namorado?
Quando vai descobrir,
Que ele não é nem príncipe,
Quem dirá encantado?

Será que seu coração partido
Quando se ver perdido e remendado
vai parar de se pintar
e resolver se respeitar?

Ou vai crescer de vez,
E se perder em três
ou mais rapazes tão iguais?

E quando você olhar no espelho?
Fria e surrada pela vida,
com a maquiagem acabada,
e perceber que envelheceu?

Juramento à bandeira

Juro honrar e defender a qualquer custo
a bandeira alva do coração.
Juro guerrear pela paz
sem sequer olhar atrás.

Juro Combater de toda forma
qualquer forma de combate.
Juro amar e respeitar,
Juro jamais desacatar.

Juro, enquanto respirar,
armar-me apenas de abraços,
de sorrisos explosivos
e com flores coloridas.

Juro, pela minha vida
que é Tua — como tudo —
Dar minh'alma, nua
A servir os Teus propósitos

Prometo jurar à bandeira que me der
E vestir o uniforme que couber,
Posto que cores e formas,
Não moldam mais meu coração.

Cotidiano

Ele brinca com o garçom
Só pra chamar sua atenção
Toma o suco de galão
Aguardando o fim da negociação

Ela soma mil valores,
E se brinca, é com a caneta.
Se o calor dele lhe falta,
O celular no ouvido esquenta.

Focada em milhões inexistentes,
ela luta com clientes
E ele e canudo, persistentes
Esperam na fila por um pouco de atenção

"Pronto! Acabou!"

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Beijo molhado

O nosso beijo molhado,
me pegou despreparado
e devastou meu coração
afastando a ilusão

O medo e a culpa,
não são mais
a mente é limpa
e vivo em paz

a calma expande a consciência
e a alma inteira se contorce em fervor
Ajoelhado em êxtase de reverência
Lhe agradeço, gargalhante, pelo teu amor

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Nossas Vidas

Vou contar de nossas vidas
desmentidas, retorcidas.
Vou contar de nossas vidas
pouco a pouco reveladas.

Num cavalo galopante
minha capa dançava com o vento
De súbito, parei ao ver-te
e salvei minha donzela.

hasteei minha bandeira
ecoei minha vitória
e lancei pelo castelo
Flores vinho e muita carne

Sonho

Vou te envolver com o amargor
da minha boca de cevada.
Numa mordida rouca
que deixará tua alma decepada,
desesperada por me ter.

Vou mergulhar no teu perfume
e lavar meu coração
nas águas puras
de um amor cristão

Vou tremer ante teus olhos
Comovido pelo amor
Mas não vou me remoer
Se nada disso acontecer.

Gênesis I

Certa vez, uma sementinha
caiu das mãos de Deus
num vasinho do Universo.

A semente germinou,
dando lugar a uma plantinha esquisita,
que aos poucos, soltou-se de suas raízes.

A plantinha tinha dois braços,
duas pernas e uma cabeça.
E, com os olhos de sua cabeça,
viu que era diferente das demais.

Como se sentia muito só
perante a mata verde,
a planta se dividiu,
Criando sua primeira irmã.

Naquele tempo não existia espelho,
e só ao ver sua cópia,
é que a plantinha descobriu
o quanto era bonita. E se apaixonou.

Continua: Gênesis II

domingo, 5 de agosto de 2007

Um beijo de eternidade

Por entre as árvores do Paraíso,
Adão e Eva se beijaram.
Um beijo quase casto,
Por vezes puro, outras nefasto.

E desse beijo de eternidade,
escondido dos olhos de Deus
pela copa de uma macieira,
Surgimos nós, a humanidade.

E deste dia em diante,
desaprendemos a amar.
Mas hoje, enquanto te vejo,
Reaprendo o verdadeiro sentido da vida.

Medo

Medo.
Medo de me perder
Na imensidão do seu olhar
Medo de me afogar
nos seus lábios cheios de sabor.