Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Quixote

Tenho meus dias de Amor,
Meus dias de humor,
De tristeza ou pavor.

Mas tenho em mim,
Algo que transcende todos os dias,
Sejam de dor ou alegria.

Tenho a calma aconchegante do Oceano
Que mesmo turbulento e revolto por cima,
Tem seu âmago claro, calmo e resplandescente.

E é nessa Pacífica Alma
que reside meu eu de Poeta,
Parte essencial do meu ser.

Essencial pois traça invisível elo
Entre o Interno Real
e o imaginário externo.

Permitindo-me assim, o vislumbre
De que os temíveis dragões
Não são além de moinhos.

sem título

*** Poesia inacabada, que começa pelo meio. Embora o início ainda não exista, um dia virá, e quem sabe também chegue novo fim ***

Oh, jovem dama!
Quem crês ser tu,
Para se ver capaz
de julgar-me um coração impuro?

Pois se é do peito
que me brotam sentimentos lascivos,
como desejo e ódio,
saiba que não são eles os únicos.

Também é dali que surgem
o meu amor plácido por ti
e a paz retumbante que povoa meu Ser,
Quando meus olhos fitam os teus.

Veja tu, nobre donzela,
que jamais julguei teus passos.
E se olhei atentamente para eles,
Foi por tê-los caros ao olhar.

Entretanto não me cega
Essa tua graciosidade incontida.
Enxergo-te os erros e tropeços,
mas prefiro atentar-me aos traços livres de imperfeição.

Quiçá fosses tu às qualidades mais atenta,
Estaríamos nós, agora,
A correr e rolar desatentos
Por verdes prados, floridos e de alta relva.

Pudera, mulher, ignorar tu
a métrica incerta dos meus versos
Perceberias que, embora imperfeitos,
foram eles, cuidadosamente, para ti feitos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Caro Amigo

Ah, incendiário ariano,
tão comedido foi nosso contato primeiro...
Como brasa que se faz intensa ao sopro do meu turbilhão geminiano, porém,
cresceu nossa amizade para consumir um ao outro entre atritos e risadas.

Tamanho meu carinho por ti,
Caro Amigo,
Que desde Portugal vim,
para tropeçar-te nestas tropicais paragens.

Sem métrica ou rima,
mas lírico por natureza,
Esse nosso carinho se mantém em meu peito,
Caro Amigo, Nobre Colega.

Ah, Caro Amigo, Caro Amigo!
Não me importam as escolas,
Não me importam as escolhas.
Só me importa nosso Propósito,

Caro Amigo,
Seguimos afastados, mas juntos.

Mikhael Narduci - por falta de coragem de assinar outro nome.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Auto-Definição

Designer por profissão, Poeta por vocação, entre os dois pólos, não sou ator por frustração e nem atleta apenas por falta de treino. Músico, não o sou por desafino. Normal, não o sou por desatino. Imperfeito por excelência, sou um apaixonado por — e pela — Natureza. Prisioneiro da muralha que construí à minha volta, sou incansável no trabalho de reencontro comigo mesmo, e a literatura é minha principal ferramenta nesta inacabável tarefa. Talvez por esta afinidade em comum, trago como norte literário Fernando Pessoa.

Tal qual este grande poeta, sou buscador do que há de oculto na mente humana, para assim conhecer o Universo. Dito isso, tenho por natureza incomodar os acomodados e intrigar os incomodados. Raramente, porém, não surpreendo, seja pelo mal ou pelo bem. Gostaria de dizer que como todo geminiano, sou indeciso. Mas os geminianos que conheci são bem mais decididos que eu.

Como confissão final, seria justo dizer que sempre duvidei, e ainda duvido, de tudo que a humanidade comum rotula "real" (Que palavra é essa, afinal?).  Mas para ser sincero, devo dizer que nada disso me define. Como única auto-definição aceitável, diria eu que Sou Eterno.