Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Para toda a tribo

Foi um dia esquisito, aquele sábado, 19 de novembro do ano que mudou minha vida. Eu gostei do lugar, das pessoas, de tudo. Mas não sei, estranhei...
Anoiteceu, e aí, tudo mudou! Revivi tudo com tanta clareza... A certeza, a beleza. Como era bom matar saudades!
Voltei pouco tempo depois era 11 de dezembro do ano que mudou minha vida. Ainda me lembro a primeira coisa que ouvi ao chegar. era um rapaz legal, até então, e só, não era irmão. O Junior nos disse: "hoje, nós somos uma tribo!". achei legal a afirmação, e até acreditei ter entendido... mas não tinha... Não daquela forma...
Anoiteceu novamente, e, novamente, tudo mudou! eu estava bem tranquilo quando nos chamaram pra dentro da igreja, e eu comecei a ouvir uma linda cantoria vinda da montanha. e as índias, de repente, surgiram. cantando e dançando, e em roda se puseram, a cantar, dançar e tocar o tambor... e eu aplaudia, emocionado.
depois foi a nossa vez... subimos à tenda. tomamos banho de lama e entramos. aos poucos, ela começou a aquecer, e depois de um tempo o tambor começou a tocar... e nós, os índios, a cantar: "reio reio! idaiata! idaiata! reio reio!" e só de lembrar, evoco em minha memória tudo que vivi naquela noite, naquela TRIBO.
Ali adentrei, e decidi não mais sair da tribo. lutaria como irmão, como o guerreiro lakota que sou!
Daí pra frente, fui conhecendo mais e mais irmãos, e me relacionando cada vez melhor. e hoje estou aqui, de pé, pronto a batalhar como guerreiro lakota!
Obrigado a cada um dos meus irmãos lakota!
MITAKUYE OYASIN! Por todas as nossas relações! Somos Todos Irmãos!

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Gira a roda

Gira a roda,
Perfeita em cada engrenagem
Gira a roda,
Gira e faz a moagem

E eu que não entendo
Que o grão que não vira pó
não acaricia olfatos
com seu cheiro de café.

Reclamo de nariz em pé
Pela moagem doer no grão
Sem ver que a farinha
é que faz o pão

Gira a roda,
Roda e gira,
que samsara é eterna
enquanto a verdade hiberna

Gira a roda
E me leva de volta
Pro lugar de onde eu vim
E me leva pra mim

Gira a roda
Nem sempre reta
a roda sõ não gira
quando está em teta

Gira a roda
Irônica roda
que me faz perguntar
de que me serve a letra

Gira a roda,
que a volta é grande
e a tristeza, infante

Gira a roda,
Que de nada me vale
Engrenagem parada
Vida refreada

Me vale apenas
Da roda, o girar
e de ti, o olhar...
olhar que nunca vi

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Será?

Será, querida, que nossos beijos
Serão beijos de outra vida?
Será, querida, que nosso sonho,
Não foi sonho em outra vida?

Será, querida, que a roda que gira
Não retornará, desta vez ao mesmo lugar?
Será, querida, que esse apego
Não está a nos atrapalhar?

Essas respostas eu não sei,
Só sei dizer,
Que o que há de vir, virá!

domingo, 12 de novembro de 2006

Ayahuaska

No meio da noite,
Ela veio até mim
Sorriu e me disse:
Meu filho, és Deus

Mostrou que a vida,
É perfeita, eterna e imutável
O homem é que a estraga!

Me fez criança de novo,
A saltitar no salão...
a orar debochando,
Mas com a fé de 10 adultos

Me fez sentir o fogo
queimar dentro de mim
Me fez ver o Logos
Eterno jardim

Mostrou que o amor
É supremo e é cruz
Mostrou que o irmão
precisa da luz

Ayahuaska,
Ayahuaska,
Vinho sagrado da mata

Coisas que ayahuaska me ensinou

Aprendi que:

Algumas idéias de Pessoa
Não me eram reconfortantes
Talvez por saber, consciente ou não,
Que dentro de mim, bem no fundo,
Jaziam as mesmas idéias inconstantes

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Uma vírgula,
pode mudar o mundo
E um livro,
Passar desapercebido

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O vento se deixa levar...
E leva...
Eleva...

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A água se deixa tomar forma...
E transforma...
E renova...

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Poeta,
É aquele que sente,
que em suas palavras,
O sentimento não se faz presente

Poeta,
É aquele que entende
O sorrir e o sofrer
de toda a gente

Poeta,
É aquele que mente
os sentimentos seus
E depois usa a desculpa
Que era o sentir de outros eus.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Coletividade borbolética

Reservo a poesia que esta borboleta me despertou, para ser frescor d'alma minha...

E a borboleta se considera completa,
pois é esta sua meta...
despertar poemas...

Poemas são pouco para minha alma...
Inspiram-me, tais, a alcançar Deus
tal qual borboleta divina
que voa, brilha e fascina

oh, borboleta menina...
de tantas cores,
tantos amores...

Fascina em sua irradiante cor,
brilha em beleza,
mas são as asas que a fazem alçar vôos divinos

Asas que não são de sua natureza,
E por isso inspiram sorrisos
Asas são quimera humanas a partir dos sonhos divinos

Pois a lagarta, oposta à fruta,
não cai quando madura...
alça voo
alça voo, e dança com o vento
uma valsa doce, ao relento...


Mikhael Narduci e Ana Paula Reis

Borboletário

*** Para todas as borboletas e borboletos!!! ***

Meus passos,
Flutuantes,
Me tiram do chão

Meu sorriso,
Contagiante,
Dissemina alegria

Meu olhar,
Penetrante,
Transmite certeza

E minhas asas,
Borboletantes,
Me levam onde Deus quiser

Fecho os olhos,
E me conecto.
E só o que penso, é:
Ah, que divino!
Esse Conexão Borboleta!