Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O mundo todo é um só mundo
E assim como a Verdade
Não se limita a uma só bandeira,
pessoa, ídolo ou talismã.

É a Verdade Absoluta como o Sol
Que recobre o bom e o mau,
O rico e o pobre
Em igual intensidade de calor e de luz

E assim como a Luz,
É invisível aos olhos a Verdade, por si só.
Mas ao mesmo tempo, sem ela,
Invisível seria o mundo.

E num abismo escuro e sem fundo
Cairia a humanidade
Sem conhecer um palmo à sua frente
Sem conhecer, sequer, o conceito de frente.

Sêde tu, à Verdade, fiel como os profetas
E serás, quiçá, em tua época,
Taxado como insano ou mal intencionado
Mas lembra, sem esquecer do teu tamanho:
Assim o foram Buda, Sócrates, e até Cristo!

Mestre e Discípulo

Fui teu escudeiro e amigo fiel
E com meu brado o ajudei
a espalhar teu canto inqueridor
aos quatro cantos de uma terra carente de moral

Aprendi, pelo teu exemplo,
A questionar tudo que vejo, penso e sinto
Para compreender que muitas vezes
Até para mim mesmo minto.

Vi-te honrar teu princípio de fidelidade
ao defender teu propósito
até a última gota do veneno
destilado pelos imorais.

E em tua honra, e pelos meus princípios,
Repliquei a tua história na palavra escrita
Pois entre tantos sábios discípulos
A mim coube o feliz destino de transmitir teus ditos.

E mais de dois mil anos depois,
Ainda é de ti que lembram,
Todos os homens do mundo,
Ao lembrar os frutos de uma pátria que vestiste como tua.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Quatro Elementos

És tenra, és terna,
Oh Terra Eterna,
Rodopiante membro
de um ínfimo sistema neste Universo Solar

Em Revoluções Evolutivas,
Oh Terra Eterna,
Transforma estes versos e permite a inúmeros diversos
Aprofundá-los dentro de si no ponto que melhor lhes couber

És Tetrade Una
Oh Terra Eterna
E em seus ciclos mantém os Quatro Elementos
Formadores desta dimensão terceira.

Guarda a Terra os segredos de outrora
Em seus registros akáshicos mais remotos
Mantém retratos de antigas civilizações
Valiosas informações sobre a evolução das almas

Vem a Água nas chuvas e nos rios
E lava as almas, levando o que não cabe mais
Purificando sentimentos, emoções e mentes
Conduzindo, com fluidez, da turbulência à calma

Traz o Vento, em seus sopros uivantes,
As músicas e as artes dos mais longínquos horizontes
E a perfeita liberdade de transformar o mundo
A cada passo, em cada estado, a cada estágio.

Surge o Fogo, Fechador de ciclos
E transmuta os frutos dos outros elementos
Com seu poder de transformar matéria em energia
Criando o mais sublime estado visível nesta dimensão.

Nesta Tétrade sagrada, é função do Homem Maduro
Respeitar, Honrar e acima de tudo Equilibrar valores,
E por fim concatenar dentro de Si,
De cada Elemento, o que há de útil a seu Ser.

sábado, 12 de novembro de 2011

Now that she's gone

And now that she's gone
I can be myself all over again
I'll finally be good
Now that she's gone

And now that she's gone
I can be lonely all over again
I'll finally eat chunks
Now that she's gone

And now that she's gone
I can get sad all over again
I don't need to be happy
Now that she's gone

And now that she's gone
I won't smell her hair all over the place
I won't see her smile
Now that she's gone

And now that she's gone
I keep asking myself: why the hell
Why is she gone,
Now that she's gone

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Lapidação

Há que ser leve, lapidar o coração
Ainda que se transforme o grão para assar o pão,
Há que ser lento o cozimento,
macio o amassamento
dura porém leve,
a moagem deverá ser equilibrada.

E só então será plena e precisa a lapidação.

Sigo sóbrio

Sóbrio transcorro meu caminho pelo tempo
Observando as sobras de um momento que passou
E a cada instante, o delicado tilintar de metais distantes me é caro
Assim como me é caro o farfalhar das folhas ao vento,
e a borboleta que se solta e percorre longas distâncias,
andando para frente, para cima, para baixo e para trás.

Sóbrio observo a Natureza, em sua tenra verdade
E analisando seus fatos, observo com a luz do passado
Meu estado presente e o caminho futuro à minha frente.
Reconhecendo que passado, presente e futuro estão todos aqui,
O tempo logo se revela mera ilusão dos sentidos.

Sóbrio procuro me manter conforme o tempo muda
E noite e dia transcorrem minha visão,
Flores, Sol, folhas secas e neve percorrem meu corpo,
Mas dentro algo se mantém estável, eterno

Sóbrio sento-me à mesa da cafeteria na calçada,
E enquanto saboreio meu café vejo as pessoas,
que passam pelo tempo sem que o tempo passe por elas.
E meu café passa de quente a frio, de cheio a vazio
Mas sem que o tempo passe por ele.

Sóbrio observo os transeuntes que vagam ébrios
perdidos em seu desequilíbrio constante entre tempo, espaço e Verdade
correndo amedrontados como coelhos ameaçados
Agindo inconscientes de si mesmos como robôs, que não se reconhecem

E sóbrio observo minha própria sobriedade
Como algo necessário em minha verdade,
Mas igualmente relativo, nisso que chamam Universo
E reconheço então, que estou sóbrio de fato:
Já não defendo meus pontos sem frieza.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Devagar, Divagar...

Eu quero ir aos poucos,
Devagar...
Sendo importante para você,
Devagar...

Sendo agradável a você,
Devagar...
Eu quero aos poucos te ter
Devagar...

E aos poucos quero ver você
Divagar
Em pensamentos a meu respeito
Divagar

Por dias a fio, com seus cabelos no meu peito
Divagar
Sobre as belezas de me amar,
Devagar

sábado, 15 de outubro de 2011

Pessoa e Jesus

Sim, Fernando,
O menino Jesus também me ensinou tudo.
Mas muito do que ensinou,
Ensinou-me a partir de tuas palavras.

Ensinou-me, através de ti, a ir além do que se vê
E também, que quem o conhece, não crê,
pois só acredita aquele que só ouviu falar D'Ele.

Ensinou-me a colher as pedras do caminho,
E um dia, unindo-as, construir o castelo mais lindo.
E ensinou-me que são ridículas as cartas de amor,
mas que nem por isso me negarei a escrevê-las.

Ensinou ainda que todas as paragens estão em mim
e que por isso não preciso ir a lugar nenhum, pois guardo tudo em Si.
Ensinou ainda que quem deve ir a algum lugar, são meus versos,
E por isso, devo saber deles despedir-me e vê-los ir longe.

Ah Fernando, quanto ensinou-me esse poeta Jesus,
Através da cruz de malta que em teu peito gravou!
Ensinou-me a influência dos astros
e a multiplicidade heteronímia do Ser.

Esse menino poeta ensinou-me através de Si, Fernando,
A escrever versos que confundam como os teus,
para que os hipócritas, os profanos e os ateus,
ao os lerem, nem sequer creiam entender.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Poesia

Na poesia encontro calma,
Encontro paz, sossego
Na poesia encontro parte da alma...
Tanto da minha, quanto de quem a escreveu

Encontro algumas verdades imprecisas,
E outras de precisão cirúrgica
Encontro a alegria do copo e da oração
Do amor mundano, do Amor Cristão.

E neste encontro de opostos,
Defino o tempero correto para a minha refeição
A dose correta de dor, romance, alegria, amor,
Responsabilidade e diversão.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Releitura de Viver


O texto a seguir é uma releitura de uma das primeiras poesias postadas neste blog. Na época em que escrevi Viver (dez/2006), a vida me parecia nada além de uma espiral de cores lindas e hipnóticas. Talvez não passasse disso mesmo, à época.


Hoje, vi que há cenas em preto e branco, assim como cenas coloridas. Há calmaria e tempestade. Aprendi que na vida, temos momentos onde tudo parece perfeito e outros de puro desapontamento. mas que em momento algum, aqueles que sabem Viver, de fato, perdem a amizade da Vida. Então, escrevi uma releitura amadurecida do poema Viver, bom proveito:

Eu fiquei mesmo amigo da Vida, e ela não me desapontou. Como prometido, me colocou para ver seu espetáculo de camarote. E de cima, afastado, pude compreender melhor as nuances da peça.

Observando as nuances, enxerguei as falhas dos atores e, como qualquer ser humano, me ressenti por uma atuação imperfeita, que afetava diretamente o meu espetáculo, o enredo que eu escrevi. Entretanto sou um homem de sorte, sou amigo da Vida.

E quando a Vida nos reconhece como AMIGO MESMO, Ela dá conselhos a seu próprio respeito, como uma narrativa do show. Ao perceber meu sincero ressentimento, a Vida parou minha peça por um momento, exibindo então cenas de minha própria atuação, nos espetáculos em que fui coadjuvante.

Reconheci, então, minhas próprias falhas e improvisos no enredo de outros autores, e assim a Vida me ensinou uma grande lição sobre os erros dos outros: a ACEITAÇÃO. Mas tendo a Vida percebido que eu já havia aprendido bem a lição, ensinou-me ainda uma lição que está acima da aceitação: o PERDÃO. Ao PERDOAR, compreendi a divindade da falha.

Então tornei-me profundamente grato aos outros atores por sua atuação impecável e chorei, emocionado pela PERFEIÇÃO da VIDA. Agora, ainda mais atento ao espetáculo, busco tornar-me cada vez mais impassível aos erros e acertos de meus companheiros de palco, pois algo me diz que assim, o final poderá ser mais feliz. Enquanto o teatro não chega ao fim, no entanto, tenho a certeza de viver o momento atual com leveza... E portanto, Feliz.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Você e o Todo

Tudo bem se não tenho suas curvas, querida,
pois não passam de algumas curvas repetidas.
Tenho, enfim, as quilométricas extensões do planeta
Para me perder e passear.

Tudo bem se não tenho o brilho dos seus olhos, querida,
pois seu rosto tem apenas dois pontos de luz.
Tenho, enfim, as estrelas infinitas no Céu a brilhar
Para me perder e admirar.

Tudo bem se não tenho o teu perfume, querida,
pois é um aroma e nada mais.
Tenho, enfim, todas as flores do campo
para me perder e cheirar.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Deslocado

Quando me vejo em meio ao mundo,
mudo...
Tenho impressão de que não sou daqui.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Transformare

Tenho um quê de tudo um pouco
Tenho um pouco de querer tudo
Tenho um querer de pouco em pouco
Tenho tudo e mais um pouco.

Tenho exclamação e interrogação
Tenho afirmação e negação
Tenho Flores e espinhos
Tenho dores e carinhos

Tenho um coração congelado em chamas
Tenho o equilíbrio entre dois pólos
Tenho os dois pontos de uma só transformação.

Coração

Se o meu coração bate,
Ele há de doer,
Se meu coração sente,
Ele há de sofrer.

Mas haverá de se recuperar,
De espanar a poeira da ausência de carinho
E honrar o peso do Amor sob Vontade.

Haverá de poder mais que o poder,
E assim, ser Forte.
Haverá de criar um Amor Supremo,
Que ama tanto sãos quanto enfermos.

Posto que guarda em si os Princípios do caminho,
há de reconhecer outros corações virtuosos pelos quais passar
E se um dia esse coração, já fraco e cansado, decidir pela hora de parar,
Fechará o livro e aceitará sua história, ansioso por novo diário.

Noite dos Poetas e Artistas


Deus, de tão bondoso, criou a madrugada,
Quando a Natureza se esconde
para nós artistas podermos pensar as nossas artes
e nos crermos bons em criação.

Sob o manto de Nuit, a Deusa da noite,
Se esconde toda a Criação,
E então floresce nos homens a imaginação...

Em alguns, gera o medo.
Em outros, mera curiosidade.
Na grande maioria, indiferença.

Só nos loucos e raros, porém,
surge a inquieta satisfação de uma tela escura,
um negativo universal onde podemos compor nossas ideias,
nossas inspirações e expirações.

Apenas para um novo dia amanhecer
E, logo quando o Sol nascer,
Aceitarmos nossas limitações ante a Suprema e Ilimitável Arte.

"Todo Pôr e Nascer do Sol, é um quadro" - Marcelo Henrique Borges

Obrigado, Nuit, minha Deusa inspiradora, por se esconder por trás do escuro véu da noite, para que eu tenha a divina experiência de apenas imaginar sua beleza!

SOCS OMNIA VINCIT

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Quanto mais

Quanto mais eu crio,
Mais eu amo criar.
Quanto mais poesia...

Quanto mais eu vivo,
Mais eu amo viver.
Quanto mais contigo...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Gravidade

Grave, idade...
Grave bem fundo e forte a sua marca.
Deixe impregnada sua importância
na amadurescência das coisas e das Mentes.

Grave, idade...
e faça florescer o que há de real em tudo.
Ressalte os traços naturais, apague os falsos rastros.
Grave tua marca a ferro e fogo, idade.

Grave a tua forma, a tua força,
Imprima em tudo a Beleza do tempo...
A constância eterna e imutável:
Tic-Tac.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Wabi-Sabi - A Velha Beleza

Me agradam as rugas das mulheres maduras
Me agrada a marcada textura da madeira antiga
O trincado na pintura dos móveis é belo aos meus olhos,
As rachaduras na parede e o limo nos tijolos

Me toca fundo a ação das forças da Natureza,
Pois a Beleza Universal está na forma natural.
Na perfeita imperfeição da falha, reside a Beleza
que o Tempo — e só o Tempo — poderá melhorar.

A ação do tempo é a mão de Deus
sobre o que o homem criou.
Mas por fugir-lhe ao controle,
o homem apaga esta marca:

Esfrega o limo e cobre a rachadura
Repinta a pintura, lixa a madeira
e estica as rugas.
E como retoque final, tapa o Sol com peneira.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sintetizamor

E se eu tiver pra ti
Um sonho bom,
Posso dividir?

E se eu 'tiver' aqui
e te ver passar,
Posso te segurar junto ?

Posso te sentir...
Se tiver que ser,
Será que será?

Se eu te der o que toda mulher sonhou
Posso ter de você um sonho em Sol Maior?
Posso te cantar, mesmo se eu desafinar?

E se nós dois, juntos, formos mais
Sintéticos, estéticos, poéticos
Que tal sintetizarmos a beleza dessas Poesias em amor?

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Micro-Esfera

Minha poesia é meu melhor meio de filosofar
Ao escrever, questiono as nuances da vida
Remeço as minhas medidas,
Repenso os meus pensamentos.

E se num estudo filosófico me visto de máscaras
Não consigo mantê-las de pé na minha poesia
caem, uma a uma, todas, e me vejo nú,
perante o espelho da Alma.

Só aqui saberei quem realmente em mim está filosofando.
O questionador ou o respondedor,
O professor ou o aluno,
o vago... ou o Uno.

Só por trás destes versos é que tenho o meu canto,
meu Universo particular, uma esfera só minha
Pequenina, ou até, quiçá, micro,
Mas só minha

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Estética, Poética

Eu, logo eu,
Que sempre me esquivei da métrica,
Do respeito às boas formas poéticas
E até da rima precisa sem sentir.

Hoje me prendo à cotas e metros,

Eu que me furtei da técnica literária
Hoje me atenho à estética
Me vejo escravo da beleza,
buscando o equilíbrio da forma, da cor...

Eu que neguei render a poesia
Mas rendi o traço ao invés,
Será que terei o meu revés?

domingo, 12 de junho de 2011

Se o sono me fugir

E se o sono me fugir, querida, como fugiu esta noite...
Que eu tenha seus olhos para olhar, e bem perto de mim
Pois eu jamais canso de olhar as estrelas,
E tê-las mais perto de mim é um sonho, sim.

No entanto, não sou como a sábia Helena,
Que as pintou em muros e se satisfez.
Preciso que elas cheguem naturalmente para perto de mim
E caso se escondam, que seja para um profundo e longo beijo.

Mente Criativa

A Mente criativa
Ativa a mente comum
Para o Dom da Criação

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Passei

Passei pelo o mundo como o sopro
da batida das asas de uma borboleta
E mudei o rumo dos ventos,
Cumprindo minha parte na Natureza.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Pode ser...

Pode ser só poesia, pode sim,
Mas se palavras são só palavras, meu bem,
Versos e estrofes vão muito, muito mais além.

Pode ser que você ache que eu não me sinto assim, pode sim
Mas se falar de romance é bobagem, meu bem,
Eu já não sei o que estou fazendo aqui.

Pode ser que o nosso Amor acabe, pode sim
Mas se viver o Presente já não vale, meu bem,
De que me vale viver, enfim?

Pode ser que você não me queira, pode sim
Mas desistir não é do meu feitio, meu bem,
E'inda hei de esquentar este teu coração frio.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sou livre

Sou livre, e vago com o vento
Como folha seca que se parte e cai
Flutuando como palavras numa poesia.

São vagos os meus pensamentos,
Que não se prendem a muito mais que o amor
São claros os meus sentimentos,
Que não se limitam, pois não são muito mais que amor

Sou livre, e vago com o vento
Como folha seca que se parte e cai
Flutuando como palavras numa poesia.

São vagos os meus passos soltos,
Que caminham como se dançassem
E dançam como bem entendem,
não se importando se os outros os entendem

Sou livre, e vago com o vento
Como folha seca que se parte e cai
Flutuando como palavras numa poesia.

São vagas minhas poesias,
pois até as mais sublimes palavras são vagas,
ao tentar descrever o que se sente e não se vê
ao trazer para a Terra o que vem de além da Lua.

Sou livre, e vago com o vento,
Saltando leve como se não houvesse gravidade
Pois reconheço que só vale me prender ao amor e à amizade.

sábado, 14 de maio de 2011

Um espaço para a VERDADE

Caros leitores,

O Pintando Palavras é um blog voltado às minhas poesias, e não tem a intenção de criar polêmicas ou tornar-se um blog ativista. Entretanto, para pelo menos aqueles que visitam o blog, fiz questão de traduzir esta notícia divulgada em um site canadense, afinal, não é a Folha de São Paulo que vai
ter coragem de traduzir esse conteúdo né?

Para os que lêem inglês, podem ver a notícia original aqui:

http://hubpages.com/hub/Scientists_cure_cancer__but_no_one_takes_notice

Leiam abaixo a tradução:

"Cientistas curam câncer, mas ninguém é informado
Pesquisadores canadenses encontram cura simples para o câncer, mas as grandes farmacêuticas não estão interessadas.

Pesquisadores da Universidade de Alberta, em Edmonton, Canada, curaram o câncer na semana passada, embora ainda haja mínima repercussão na TV. É uma técnica simples, usando uma droga muito básica. O método emprega dicloroacetato, que atualmente é usado para tratar desordens metabólicas, portanto não há preocupação com efeitos colaterais e nem mesmo aos efeitos de uso prolongado, visto que a droga já é administrada ao público.

Esta droga não exige patente, portanto qualquer um pode empregá-la amplamente e a um preço muito baixo, comparado às caras drogas para câncer produzidas pelas grandes companhias farmacêuticas.

Os cientistas canadenses testaram o dicloroacetado (DCA) em células humanas; ele matou células cancerígenas pulmonares, cerebrais e de seio, deixando as células saldáveis inalteradas. Também testaram a droga em ratos sofrendo de tumores graves, e suas células reduziram ao serem alimentados com água suplementada com DCA. A droga é extremamente acessível e a técnica é muito simples, então qual o motivo das grandes farmacêuticas não se envolverem ou a mídia não se interessar por esta descoberta?

Nas células humanas, há um elemento combate naturalmente o câncer, chamado mitocôndria. Entretanto, ela precisa ser ativada para tornar-se efetiva. Em células cancerígenas, a mitocôndria não funciona, tornando as células imortais e portanto causando danos no tecido humano em que isto ocorre, podendo ainda espalhar sua ação para outros tecidos. Anteriormente, os cientistas focavam a busca da cura do câncer na glicose, porém através da utilização do DCA, as mitocôndrias voltam a funcionar perfeitamente, e as células cancerígenas são eliminadas definitivamente, sem alterar as saudáveis.

Além disso, sem a glicólise, o corpo produz menos ácido lático, então o tecido doente ao redor das células cancerígenas não alimenta novos tumores.

Companhias farmacêuticas não estão investindo nesta pesquisa pois o método DCA não pode ser patenteado e sem uma patente eles não podem faturar, como fazem atualmente com suas patentes de medicamentos para AIDS. Já que as companhias farmacêuticas não querem desenvolver isto, um artigo num jornal britânico convida que laboratórios independentes iniciem sua produção e façam mais pesquisas. Este trabalho pode ser executado em parceria com Universidades, que irão sentir-se lisonjeadas em auxiliar numa pesquisa deste porte, podendo vir a desenvolver uma droga para a cura efetiva do câncer."

Divulque este texto e deixe que todos saibam! Se a mídia e as grandes farmacêuticas não divulgam, vamos nós divulgar! Transmita via e-mail, poste em seu Facebook, Orkut, Blog, no YouTube, Twitter, MySpace! A Internet pode nos ajudar a salvar vidas, e isto não é falso! É real e completamente plausível!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Pegadas no tempo

Deixei minhas pegadas no tempo
Meu rastro na história.
E ainda deixo, a cada passo, a cada rumo,
Ainda deixo.

Como as linhas na areia de Nazca,
Como palavras gravadas na pedra,
No topo de um antigo monte,
Deixei minhas pegadas no tempo.

E quem seguir meus passos?
Quem seguir tais rastros
terá seguido para me seguir
Ou para se encontrar?

Será a minha história
Parte da história de alguém?
E não terá ele,
Algo para me ensinar também?

E o sabor do almoço de 15 anos atrás
Terá sido um rastro que a cozinheira me deixou?
E o sabor de menta do beijo que não dei
Terá sido um passo no qual eu tropecei?

São perguntas que faço ao Tempo,
E só o Tempo poderá responder.
Enquanto isso navego neste oceano de cronologia indistinta,
E procuro me reconhecer perante tantas personalidades.

Rio

Rio.
Nem por primeiro e nem por último:
Junto.
E por isso não rio melhor e nem pior
Apenas rio, e para mim, já está de bom tamanho.

Rio da vida, mas não de tudo.
Rio com Paz, e rio da guerra.
Rio com Amor, e rio do ódio.
Rio com Bondade de tudo que é mal.

Não por desprezo ou deboche,
Mas por achar graça nos processos do Amor.
Rio pois rir é o melhor que o tédio,
E Amo, pois este sim é o melhor remédio.

Paixão modernista

Ah, concreto...
Meu querido e armado concreto...

Que seu molde seja sóbrio,
E seu acabamento, bruto.
Que seus vãos sejam largos,
E seu pé direito, duplo.

Que a sustentação não seja tua única virtude,
mas a pureza e a beleza de tua forma
Reluzam em sua amplitude.

Ah, concreto...
Meu querido e armado concreto...

Fazei do vidro, parceiro inseparável,
Da claridade, objetivo eterno
Fazei do vão livre, ainda mais liberto...

Cumpra estes simples pedidos
de um modernista apaixonado,
e do brutalismo, serás sujeito e predicado.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Basto

Basto!
Basto a mim mesmo,
Basta-me o Ser,
e sou Feliz!

Basta Viver...
Agora e sempre,
O Agora... sempre...

Só não me basta o conhecimento, que jamais termina.
E a poesia, que embora finita em sua incompletude,
Flui sem começo e nem fim pela minha alma...
Não me basta a infinitude da poesia que me traz a Calma
Quando a coloco em palavras.

Acalma, posto que poesia, não é a arte de escrever,
mas de por em palavras
os sentimentos, imagens, momentos,
texturas, torturas
verdades e mentiras.

Poesia é a arte de gerar revoltas no Ser,
Abrir as comportas do Sentir, e fluir...
Fluir através do Universo,
Como a eletricidade que corre num fio.

Como uma doce Verdade... Absoluta...
Que se eterniza apenas por Ser...
Sem luta.
Basto.

domingo, 1 de maio de 2011

Preciso Fugir

Eu preciso fugir,
escapar dos meus sentidos
Entregar os pontos dos meus ouvidos,
Do paladar, do tato, do olfato
e cegar minha visão.

Eu preciso fugir
para uma imersão de vazio
onde eu não sinta seu cheiro, não veja seus olhos
e nem sua voz eu possa ouvir.

Eu preciso fugir,
escapar dos meus sentidos
para penetrar no mais fundo de mim,
E lá dentro, finalmente Te Sentir.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Lua Sentimental

A rua está sempre cheia,
Mas a Lua, tem se sentido vazia
Devido à falta de atenção dos transeuntes
Que chega dia, passa dia,
Ignoram insolentes o seu brilho noturno.

domingo, 24 de abril de 2011

Morre Sai Baba

"Algumas pessoas fazem a objeção de que Karma Yoga (a disciplina espiritual da ação) envolve muita tensão. Eles dizem, “Eu procurei só fazer o bem a eles, mas eles ignoraram meu desejo e tentaram me injuriar”. Tal desapontamento faz a pessoa perder o interesse na atividade. Alguém quer fazer o bem esperando obter contentamento disso e distribuí-lo. Quando tal contentamento não surge, o desapontamento aparece. Mas a lição que o Karma Yoga ensina é pratique o Karma como Karma por causa do Karma. Por que o Karma Yogi preenche suas as mãos com trabalho? Essa é sua verdadeira natureza. Ele sente que é feliz enquanto executa o trabalho. Isso é tudo. Ele não barganha para obter resultados. Ele não é motivado por qualquer cálculo. Ele dá, mas nunca recebe. Ele não conhece sofrimento, nem decepção, pois não esperava qualquer benefício."

Sathya Sai Baba

Morreu, na manhã deste domingo, Sathya Sai Baba, o mais famoso guru indiano dos últimos tempos. Ironicamente, este Homem de Milagres libertou-se de suas amarras terrenas justamente no dia em que se comemora a ressurreição de Cristo. Mas... Homem de Milagres? Eu não sou e nunca fui um adepto do movimento Sai Baba, mas sim um grande admirador de seu exemplar trabalho.

Homem de Milagres, sim, por suas obras e testificações do Amor Divino. O verdadeiro milagre está em transformar o mundo com seu exemplo. Se Sai Baba realmente era capaz de materializar itens, como acreditam seus adeptos, não ponho em questão, pois não são estes os milagres que realmente atesto em sua vida.

Atesto como milagre a transformação que Sathya Sai realizou na Índia, com Obras multibilionárias (como a criação de todo o sistema de saneamento básico do gigatesco país, que custou US$ 14 bilhões). Suas palavras de Amor e Liberdade foram capazes de transformar a vida de seus 6 milhões de seguidores ao redor do mundo, mas as vidas realmente transformadas foram as dos alunos dos Centros de Educação Sai Baba, que englobam desde creches até universidades, e vêm transformando há décadas a educação na Índia.

Hoje, programadores indianos fazem parte dos maiores projetos de software ao redor do mundo, seus cientistas estão liderando algumas das principais pesquisas em áreas médica, física e química, e a grande maioria da população indiana fala inglês fluentemente, tudo graças aos Centros de Educação Sai Baba.

Por isso, e por coisas que só eu posso sentir,
Obrigado, Sai Baba.

sábado, 23 de abril de 2011

Procura

Eu te procurei em cada canto
Em cada estante, em cada copo
Eu te procurei a cada instante
em cada seio, em cada olhar

Eu te procurei em cada estrofe,
Em cada linha, em cada poesia.
Eu te procurei em Pessoa,
Em Picasso, em Sofia.

Mas quando te encontrei, Felicidade,
Vi que estava no único instante
Ao qual me faltou olhar
O Presente.

Poema da Curva

Na história deste blog, poucos são os poemas que não são meus. Alguns de Pessoa, meu mestre nas artes escritas e da vida, outros de amigos, que honradamente citei entre meus raros versos bons.

Hoje, homenageio um revolucionador. Um nome que foi escrito com concreto na história do mundo. Com vocês, Oscar Niemeyer.

O Poema da Curva

"Não é o ângulo reto que me atrai,
Nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo o homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual.
A curva que encontro no curso sinuoso dos nossos rios,
nas nuvens do céu,
no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o universo,
O universo curvo de Einstein."

Oscar Niemeyer

domingo, 13 de março de 2011

Desejos

Por que desejar o poder,
Se já posso?
Por que desejar bens,
Se sou Bom?

Por que desejar ser amado,
Se já amo?
Por que desejar saber,
Se já Sou?

Como posso eu me melhorar,
Se Deus me fez à sua imagem e semelhança?
Como posso procurar a Felicidade,
Quando sou a própria encarnação da Felicidade?

Como posso desejar conhecer outros lugares,
Se tudo é um, e tudo ao mesmo tempo está dentro e fora de mim?
Como posso amar uns, e detestar outros,
Se no fim... Se no fim...

Mitakue Oyasin

Amigo da Vida

***O texto a seguir é uma releitura da poesia Viver, também de minha autoria***

***Dedicado a Lucas Avelar, por sua grande amizade com a Vida, que muito me tem ensinado***

Eu fiquei mesmo amigo da Vida, e ela não me desapontou. Como prometido, me colocou para ver seu espetáculo de camarote. E de cima, afastado, pude compreender melhor as nuances da peça.

Observando as nuances, enxerguei as falhas dos atores e, como bom ser humano, me ressenti por uma atuação imperfeita, que afetava diretamente o meu espetáculo, o enredo que eu escrevi. Entretanto sou um homem de sorte, sou amigo da Vida.

E quando a Vida nos reconhece como AMIGO MESMO, Ela dá conselhos a seu próprio respeito, como uma narrativa do show. Ao perceber meu sincero ressentimento, a Vida parou minha peça por um momento, exibindo então cenas de minha própria atuação, nos espetáculos em que fui coadjuvante.

Reconheci, então, minhas próprias falhas e improvisos no enredo de outros autores, e assim a Vida me ensinou uma grande lição sobre os erros dos outros: a ACEITAÇÃO. Mas tendo a Vida percebido que já havia aprendido bem a lição, ensinou-me ainda uma lição que está acima da aceitação: o PERDÃO. Ao PERDOAR, compreendi a divindade da falha.

Então tornei-me profundamente grto aos outros atores por sua atuação impecável e chorei, emocionado pela PERFEIÇÃO da VIDA. Agora, ainda mais atento ao espetáculo, busco tornar-me cada vez mais impassível aos erros e acertos de meus companheiros de palco – algo me diz que assim, o final poderá ser mais feliz. Enquanto o teatro não chega ao fim, no entanto, tenho a certeza de viver o momento atual com leveza... Feliz.