Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Abraços

Abraços são nós
Que juntam a gente
Laços que guardam alegria

Abraços são mudos
Mas guardam um mundo
De palavras e sorrisos


Duram poucos segundos
Mas resolvem por horas a tristeza
Melhor que valium 10

Abraços sorridos, abraços sentidos
Abraço de amante e abraço de amigo
Todos conduzem a Deus
Até os abraços de adeus...

Abraços fazem amigos,
Amigos reforçam abraços
Ambos, são feitos dos mesmos traços
Amor e carinho, amor e carinho...

domingo, 17 de dezembro de 2006

O exército não para de crescer

Todos que me conhecem suficientemente bem, sabem que eu sou um eterno pregador da guerra. Da guerra pelo Amor, da guerra pela Paz, da guerra pelo respeito e pela proximidade das pessoas. Sou guerreiro lakota de coração, corpo e alma, minha lança jamais me abandona.

Mas as grandes batalhas não podem ser travadas sozinhas. os feitos históricos não são dos generais, mas de seu exército, que, de armas na mão, batalhou bravamente por uma causa que nem sequer conheciam direito.

Ontem, uma batalha foi travada, e centenas de pessoas foram afetadas por esta batalha. Ontem foi um marco, um divisor de rios. E 7 pessoas alistaram-se no exército do amor. Não como os soldados acima citados, mas como bravos guerreiros lakota, que sabem pelo que lutam.

- Matheus;
- Josemar;
- Juba;
- Andressa;
- Karin;
- André Átila;
- Marcela

Ontem, por ter tais amigos, me senti coroado.

Soam poucos aos olhos de quem não viu a batalha épica que foi travada. não portávamos arma alguma além de nossos braços — para dar abraços — fortes e ditosos. Mas a batalha foi vencida. A guerra ficou um passo mais próxima de seu fim, e a vitória é da Paz. do Amor e da Amizade. Estas palavras aqui vêm em letra maíuscula, pois não são substantivos comuns, são próprios. São sensações únicas e destoadas de todas as outras (ainda que sendo todas as outras.)

Ontem ganhamos centenas de abraços, e demos outras centenas. ontem choramos com o velhinho emocionado, e pulamos com os jovens animados. Ontem ganhamos mais forças para esta batalha. E mais colos, para deitarmos nossas cabeças nas horas de descanço.

Obrigado aos 7 bravos guerreiros pelas lágrimas que me fizeram derramar!

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Desejos

Isso de desejo é algo muito irônico... Principalmente quando estão à flor da pele e não desabrocham. É o pior sentimento que pode existir. A morte certa e iminente não dói tanto ao condenado nos últimos 15 minutos de vida quanto desejos que não se cumprem. É uma dor cega, que não sabe onde doer, então dói em todo lugar. Um calafrio obscuro, que por não poder se cumprir, ganha asas pra matar.


Ninguém sabe do que é capaz um rejeitado. Nem mesmo ele! "Coitado... Perdeu mais uma chance de dar amor, de oferecer afago e carinho... E por quê? Por não temer o amor?" ressoam todos mais uma vez, ao comentar dele... Nos corredores, nas esquinas e até naquele bar famoso que esqueci o nome. Em todos os lugares falam dele, mas nem lembram o seu nome, o chamam coitado. Algumas meninas que tentam consolar dizem: "ela não soube dar valor, ela não sabe o que perdeu...” ou “saiba que quem perdeu foi ela e não você!” e até, pasmem: “se fosse eu nós estaríamos juntos há muito tempo!".

Coitado — como o chamarei daqui pra frente — sabe que é verdade e não nega. Mas o coração, amarrado feito prisioneiro de masmorra, se contorce e grita não. Coitado sorri forte, ergue a cabeça e diz: "quem perdeu foi ela!" Se despede dos amigos, vira a esquina, mergulha na sarjeta e chora, compulsivamente. Essa cena se repete de tempos em tempos, e ele agradece a Deus por seus amigos não a verem... Coitado... Mal sabe ele que seus amigos assistem a tudo, à distância, e que alguns deles até riem. Para esses, mal ele fala de uma nova garota que — essa sim — fará ele feliz, começa a diversão.

Parece brutal. Amigos assim? Mas se você pensar no que fez a garota, as amizades de Coitado são as melhores do mundo. Você diz: “mas elas têm direito à livre escolha!” E eu concordo plenamente. Mas elas não têm o direito de fazer sofrer uma outra vida, como fazem. Você não está entendendo por não conhecer a rotina! Vou explicar...

Primeiro elas conhecem o Coitado, e este, sem ser convidado, se apaixona abruptamente. Até aqui, é ele o culpado, elas são inocentes e puras, e até Coitado admite. O problema começa justamente agora! Coitado, começa sua ofensiva — convenhamos, nada efetiva — para cima da moça. Algumas pulam fora, e a elas esse texto nada critica. Outras esperam para ver no que vai dar, e Coitado, coitado, já acha que vai casar! É quando vem chegando a dor: Coitado faz questão de tratá-las como vasos da dinastia Ming (ou alguma coisa mais rara e cara que isso...).

Ele começa a sofrer. A culpa, não podemos negar, é 80% dele, mas ao menos os outros 20% poderiam ser poupados e não são. A mulher amada começa a se sentir desejada, e isso a faz sentir bem, esquecendo que quem deseja também sente. No caso, mal. Depois de um tempo de flerte, um belo dia Coitado liga pra garota, gagueja, seca o suor da testa e diz: “é... hmm... oi [o nome da garota foi retirado, em respeito a Coitado]... tudo... bom?” ao que ouve uma voz sempre disposta a receber elogios: “ooooooooooooiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii”. Coitado corta os elogios — está muito nervoso para falar mais que o essencial — e desembucha tudo de uma vez sem respirar. A garota — que acabou de acordar — diz: “putz, Coi (apelido carinhoso, o parêntesis é nosso), hoje não vai dar, eu to cheia de coisas pra fazer!” Ele acha que talvez seja verdade e até pensa que se for, ganhou uns pontos com ela por tê-la acordado a tempo de cumprir suas obrigações. Algumas enroladas depois ele desiste de convidá-la para um chopp, e para qualquer outra coisa.

Recomeça, então, tudo que acima se narrou. Ele, com a cara mais envergonhada do mundo, se vê obrigado a contar a experiência aos amigos, para desabafar. Mas sabe que desabafar com eles não adianta. Que só vai ser pior, pois depois vai se jogar na sarjeta e chorar. E mais uma vez, Coitado — sujo e sem nem mesmo o carinho do cão sarnento — balbucia entre soluços seu mote favorito: “nada de novo, tudo de novo.”

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Teu brilho

O brilho que tu dás
às estrelas...
E a Paz!

Ambos netos
de um mesmo avô,
O sol.

tranmite a mim,
Calor lancinante
Que superaquece.

Derrete meu Chumbo.
E seu amor,
O transmuta Ouro.

Esculturas

Observo à mulher
com os olhos da criança,
ante cara escultura.

Dedos curiosos,
lábios mordiscados,
olhar pesaroso de não poder tocar

Só diferimos,
a criança e eu,
em um ponto.

A criança desconhece que a satisfação
da escultura, ante delicado toque,
é maior que a dela em tocar.

sábado, 9 de dezembro de 2006

E pensar que pensei em você

E pensar que
pensei em você.
Que SONHEI com você
Que escrevi pra vocÊ

Aliás!
São palavras que tu quer?!
Que as tenha!
Saiba que amor de um só
é desdenha!

E palavras de desdenha,
não são poesia.
No máximo,
mera hipocrisia.

Se lhe conforta pensar
Que as gotas no papel
são para ti...
Saiba que não...

Não me importas
tanto assim
As lágrimas são
ao que cri irmão

Mas se achou
Que não valia a pena
Que pena...
PRA VOCÊ!

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Rainha dos sonhos

As horas passam sem sono
Os olhos pesam seu corpo,
Os pesos medem seus lábios
Os lábios se tocam, em sonho.

Somos rei e rainha,
O lobo e a águia
A água e o fogo.
Somos tudo, nos sonhos

Os olhos se cruzam risonhos
O tédio se esvai aos poucos
E a vida flui...
sentido!

Somos rei e rainha,
O lobo e a águia
A água e o fogo.
Somos tudo, nos sonhos

Janelas se abrem
e olhos se fecham.
os corpos se tocam,
os toques encantam

Somos rei e rainha,
O lobo e a águia
A água e o fogo.
Somos tudo, nos sonhos

domingo, 3 de dezembro de 2006

Viver

Cansei de lutar,
de remexer as correntes.
Aprendi a viver
apenas pra viver consciente.

A vida me leva
e eu levo a vida.
A vivo bem vivida,
e a tenho como amiga...

E quando a vida
se vê nossa amiga,
sorri para nós,
e nos trata como reis.

nos põe de camarote
para assistir sua peça
Nos paga um jantar,
Nos leva às festas.

Quem é amigo da vida,
Não se preocupa
Com o crediário,
VIVE.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Coisa de criança

Poesia, é coisa de criança.
Criança pobre de espírito,
que brinca com palavras
por não ter um Deus com quem brincar.

Poesia é coisa de criança,
Criança boba e fútil,
Que cuida da beleza das palavras
por não ter um espelho pra se olhar

Poesia é coisa de criança,
Criança que sabe o que faz,
Que vela, para que todas as outras crianças,
Durmam em paz...

Não sei.

Eu não sei se sinto
ou se minto.
Eu não sei o que pinto,
as cores que se escolhem.

Eu não sei se choro
ou se beijo.
Eu não sei o que vejo,
Os olhos seguem sozinhos.

Eu não sei se toco
ou se me tocam.
Eu não sei os limites
das ondas que emito.

Eu não sei o que sei
nem o que não sei.
Eu não sei que não sei,
não sei, não sei...

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Para toda a tribo

Foi um dia esquisito, aquele sábado, 19 de novembro do ano que mudou minha vida. Eu gostei do lugar, das pessoas, de tudo. Mas não sei, estranhei...
Anoiteceu, e aí, tudo mudou! Revivi tudo com tanta clareza... A certeza, a beleza. Como era bom matar saudades!
Voltei pouco tempo depois era 11 de dezembro do ano que mudou minha vida. Ainda me lembro a primeira coisa que ouvi ao chegar. era um rapaz legal, até então, e só, não era irmão. O Junior nos disse: "hoje, nós somos uma tribo!". achei legal a afirmação, e até acreditei ter entendido... mas não tinha... Não daquela forma...
Anoiteceu novamente, e, novamente, tudo mudou! eu estava bem tranquilo quando nos chamaram pra dentro da igreja, e eu comecei a ouvir uma linda cantoria vinda da montanha. e as índias, de repente, surgiram. cantando e dançando, e em roda se puseram, a cantar, dançar e tocar o tambor... e eu aplaudia, emocionado.
depois foi a nossa vez... subimos à tenda. tomamos banho de lama e entramos. aos poucos, ela começou a aquecer, e depois de um tempo o tambor começou a tocar... e nós, os índios, a cantar: "reio reio! idaiata! idaiata! reio reio!" e só de lembrar, evoco em minha memória tudo que vivi naquela noite, naquela TRIBO.
Ali adentrei, e decidi não mais sair da tribo. lutaria como irmão, como o guerreiro lakota que sou!
Daí pra frente, fui conhecendo mais e mais irmãos, e me relacionando cada vez melhor. e hoje estou aqui, de pé, pronto a batalhar como guerreiro lakota!
Obrigado a cada um dos meus irmãos lakota!
MITAKUYE OYASIN! Por todas as nossas relações! Somos Todos Irmãos!

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Gira a roda

Gira a roda,
Perfeita em cada engrenagem
Gira a roda,
Gira e faz a moagem

E eu que não entendo
Que o grão que não vira pó
não acaricia olfatos
com seu cheiro de café.

Reclamo de nariz em pé
Pela moagem doer no grão
Sem ver que a farinha
é que faz o pão

Gira a roda,
Roda e gira,
que samsara é eterna
enquanto a verdade hiberna

Gira a roda
E me leva de volta
Pro lugar de onde eu vim
E me leva pra mim

Gira a roda
Nem sempre reta
a roda sõ não gira
quando está em teta

Gira a roda
Irônica roda
que me faz perguntar
de que me serve a letra

Gira a roda,
que a volta é grande
e a tristeza, infante

Gira a roda,
Que de nada me vale
Engrenagem parada
Vida refreada

Me vale apenas
Da roda, o girar
e de ti, o olhar...
olhar que nunca vi

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Será?

Será, querida, que nossos beijos
Serão beijos de outra vida?
Será, querida, que nosso sonho,
Não foi sonho em outra vida?

Será, querida, que a roda que gira
Não retornará, desta vez ao mesmo lugar?
Será, querida, que esse apego
Não está a nos atrapalhar?

Essas respostas eu não sei,
Só sei dizer,
Que o que há de vir, virá!

domingo, 12 de novembro de 2006

Ayahuaska

No meio da noite,
Ela veio até mim
Sorriu e me disse:
Meu filho, és Deus

Mostrou que a vida,
É perfeita, eterna e imutável
O homem é que a estraga!

Me fez criança de novo,
A saltitar no salão...
a orar debochando,
Mas com a fé de 10 adultos

Me fez sentir o fogo
queimar dentro de mim
Me fez ver o Logos
Eterno jardim

Mostrou que o amor
É supremo e é cruz
Mostrou que o irmão
precisa da luz

Ayahuaska,
Ayahuaska,
Vinho sagrado da mata

Coisas que ayahuaska me ensinou

Aprendi que:

Algumas idéias de Pessoa
Não me eram reconfortantes
Talvez por saber, consciente ou não,
Que dentro de mim, bem no fundo,
Jaziam as mesmas idéias inconstantes

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Uma vírgula,
pode mudar o mundo
E um livro,
Passar desapercebido

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O vento se deixa levar...
E leva...
Eleva...

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A água se deixa tomar forma...
E transforma...
E renova...

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Poeta,
É aquele que sente,
que em suas palavras,
O sentimento não se faz presente

Poeta,
É aquele que entende
O sorrir e o sofrer
de toda a gente

Poeta,
É aquele que mente
os sentimentos seus
E depois usa a desculpa
Que era o sentir de outros eus.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Coletividade borbolética

Reservo a poesia que esta borboleta me despertou, para ser frescor d'alma minha...

E a borboleta se considera completa,
pois é esta sua meta...
despertar poemas...

Poemas são pouco para minha alma...
Inspiram-me, tais, a alcançar Deus
tal qual borboleta divina
que voa, brilha e fascina

oh, borboleta menina...
de tantas cores,
tantos amores...

Fascina em sua irradiante cor,
brilha em beleza,
mas são as asas que a fazem alçar vôos divinos

Asas que não são de sua natureza,
E por isso inspiram sorrisos
Asas são quimera humanas a partir dos sonhos divinos

Pois a lagarta, oposta à fruta,
não cai quando madura...
alça voo
alça voo, e dança com o vento
uma valsa doce, ao relento...


Mikhael Narduci e Ana Paula Reis

Borboletário

*** Para todas as borboletas e borboletos!!! ***

Meus passos,
Flutuantes,
Me tiram do chão

Meu sorriso,
Contagiante,
Dissemina alegria

Meu olhar,
Penetrante,
Transmite certeza

E minhas asas,
Borboletantes,
Me levam onde Deus quiser

Fecho os olhos,
E me conecto.
E só o que penso, é:
Ah, que divino!
Esse Conexão Borboleta!

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Senda do fio da navalha

Somos adoradores
da cúbica rocha.
Somos os conservadores
da eterna tocha

Na divina cruz,
sustenta-se nossa fé.
E é a trindade de luz,
o que nos mantém em pé

A força do Homem
e o amor da Mulher...
Eterna dualidade que,
resumida à unidade,
forma três.

Vinde e dê-me tua mão
Sigamos juntos,
Rumo à ascenção
Pois lá não se chega só

Façamo-nos pó!
E transmutemos
chumbo em ouro
Para ajudar todos os irmãos
A se livrarem do mau agouro

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Não te aguento mais!

NÃO TE AGUENTO MAIS!
Não mais suporto,
Teus sim e teus não,
Teu bom e teu ruim,
Teu "isso é assim!"

Cansei dos teus quero ou não quero
Desse teu (falso) esmero,
Do teu rosto torcido
do teu bolso falido

Me enojam,
Teus olhos, insãos,
Teus gritos, em vão
Teu beijo impuro
E todo teu orgulho

Me surpreende
Essa tua cara de louco!
Tudo isso, e mais um pouco

Por que não explodes?
MIKHAEL!

sábado, 28 de outubro de 2006

Se eu morrer amanhã...

Se eu morrer amanhã,
Por favor, em meu enterro,
Não citem meus (raros) atos sãos.
Falem da minha loucura

Se eu morrer amanhã,
Os que detém meus segredos,
Por favor, revelem-nos
A todos que for relevante

Se eu morrer amanhã,
Não me pintem belo, alegre,
Cheio de futuro e visão
Pintem-me como sou.
Vil, triste e cego.

Se eu morrer amanhã,
De nada me fará diferença
Elogiarem ou criticarem,
Não quero ser um grande morto,
Quero ser morto, e só.

Assim, finalmente,
ao menos em morte,
serei aquilo que sempre,
em vida, almejei ser:
Aquilo que sou no momento...

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Da mais alta janela da minha casa

É lei, neste blog, postar somente escritos meus, Mas hoje quebro esta lei, quebro e não quebro, pois esta poesia faz parte de tantos dos meus eus, que é quase outro de mim. Esta poesia, ah esta poesia, não sei que seria de mim sem esta poesia... nem é grande coisa! Alguns dirão, mas naquela manhã, para o garoto de 8 anos, que, há 10 anos ou mais lia e relia e tre e tetralia aquela poesia, foi grande coisa, foi, é e será, eternamente, a que marcou minha iniciação. a que me batisou, minha poesia-madrinha... com vocês, Pessoa

Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a Humanidade.

E não estou alegre nem triste.
Esse é o destino dos versos.
Escrevi-os e devo mostrá-los a todos
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.

Ei-los que vão já longe como que na diligência
E eu sem querer sinto pena
Como uma dor no corpo.

Quem sabe quem os terá?
Quem sabe a que mãos irão?

Flor, colheu-me o meu destino para os olhos.
Árvore, arrancaram-me os frutos para as bocas.
Rio, o destino da minha água era não ficar em mim.
Submeto-me e sinto-me quase alegre,
Quase alegre como quem se cansa de estar triste.

Ide, ide de mim!
Passa a árvore e fica dispersa pela Natureza.
Murcha a flor e o seu pó dura sempre.
Corre o rio e entra no mar e a sua água é sempre a que foi sua.

Passo e fico, como o Universo.

Tu

***Para todas as mulheres, mas, ao mesmo tempo, para uma só.***


Andei a pensar no que me dissestes, sobre não poderdes inspirar... e devo dizer que concordo! Não poderia mesmo, o melhor dos poetas, inspirar-se em ti, mulher.
Inspirar-se, em algo ou alguém, é usar disto para encontrar a inspiração. É como usar uma droga para encontrar prazer. um meio, e não um fim.
E justamente por isso, não poderiamos, eu nem ninguém, nos inspirar-mos em ti. Pois tu não és meio, senão fim.
És a inspiração propriamente dita, minha cara. É isso que as mulheres são, INSPIRAÇÂO. Todos os poetas, de todos os tempos, usaram da mulher, em todos os seus aspectos. Alguns usaram do sexo, e disso não passaram. Poesia banal, essa que fala do prazer sexual, mas inegavelmente fala da mulher. Outros usaram de teu corpo, de teus seios, e até, mais sublimemente, do teu olhar e teus perfumes. Poesia ainda meramente carnal, mas já me servi tanto destas que tenho que aceitar seu grande valor.
Porém, hoje, ao rabiscar estas palavras, bebo da fonte primeira da inspiração. Bebo diretamente da alma da mulher.
A alma da mulher é a alma do poeta, posto que é o mais próximo de Deus que o poeta poderia chegar neste mundo. A alma da mulher não transcende, feito a do homem, ela é a própria transcedência. É a nascente de todo rio, e a faísca de todo fogo. É a pedra-fundamental de toda obra, e é o ar, que permite ao obreiro construir.
Tu choras, por crer-se pouco, e isso só te faz mais do que já és. A única mulher em que poeta algum encontra inspiração, é aquela mulher amarga, de cara amarrada. Nelas, nem inspiração sexual existe, pois se afastaram delas mesmas, e por isso soam tão poéticas quanto a fedentina. Estas buscam ofuscar-se com brilhos e brilhantes.
Portanto, se não lhe deram o valor devido, mulher, não te creias desprovida do mesmo. Não te sustentes nos erros de outros para que erres também, perdoe-os, não sabem o que fazem!

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Sobre tristeza e felicidade

Há um bom tempo atrás, mais de 4 meses já, tivemos no CNSC a Semana Xamânica... de 15 a 18/06... no penúltimo ritual, no sábado à noite, as mulheres subiram para a tenda do suor, a sagrada INIPI. e nós, os irmãos, fizemos um trabalho bem solto, quem queria bailar, bailava, quem queria ficar na fogueira, ficava, quem queria se concentrar, concentrava.
Acho que foi a união de tanto tempo em ritual juntos, ou quem sabe foi só o amor mesmo, mas aquele foi efetivamente o dia mais feliz da minha vida! ali eu balei e abracei aimgos de outras vidas, e agora, desta também, mas amigos de verdade, guerreiros de uma frente de batalha, que eu sei, estarão sempre a meu lado quando eu precisar de ajuda, quem tava lá sabe.
Quando eu cheguei em casa, evidentemente, corri escrever sobre aquele bailar, aquele flutuar entremeado de abraços, os mais gostosos que já dei. mas não consegui. as palavras não fluíam, e se fluíam, eram ralas, não preenchiam todo meu sentimento. terminei desistindo.
Mas aquilo me marcou, marcou profundamente. Não entendia o motivo de não conseguir escrever sobre aquilo quando na minha mente, no momento, eu só gritava: QUÃO POÉTICO TUDO ISSO! O tempo foi passando e como sempre, nos esquecemos das coisas... dos bons sentimentos do espírito, de wakan tanka, e vamos caindo no ego, e bate a tristeza de vez em quando... e nesses dias de tristeza eu escrevo super bem.
Ao notar isso, conversando com uma amiga hoje, ela me disse: "talvez a tristeza seja a beleza da vida". Me recusei a aceitar e respondi: "eu num concordo não... acho que a beleza da vida é um bom ritual xamãnico de bailado, é tão belo, mas tão belo, a felicidade que explode a cada abraço num amigo, que eu tentei por em palavras e nada saiu tão colorido quanto é de verdade."
Essa resposta me veio acompanhada de uma luz, que me explicou o motivo tão estranho de a tristeza ser mais dada a poesia que a felicidade.
É O COLORIDO!!!
Os momentos realmente felizes da vida, são tão coloridos, mas tão coloridos, que é impossível "Pintá-los em palavras".
dá pra pintar a paixão, dá pra pintar o desejo e pintar as lágrimas, mas por que é tudo carnal, meramente egóico. e palavras são superiores à carne, mas não ao espirito, acho que é por isso que felicidade não se poetisa. felicidade, plena e verdadeira, é só espiritual, só se sente, só sabe quem já teve. Poetas transcrevem sentimentos, felicidade não é sentimento, sentimento é mera liberação de toxinas no corpo físico. felicidade é em todos os corpos, e não pode ser descrita!

abraços e mais abraços,
Mikha dos Lakota!

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Para minha Isis

Meu grito, para muitos, soa pleno, verdejante. Como a selva amazônica, aparenta ser um labirinto do qual, o entrar, espontâneamente, não mais se quererá sair.
Mas ao estudá-lo mais profundamente, ao adentrar tão belo bosque, e ir, aos poucos, nele se perdendo, a ele se entregando, bate desespero inigualável!
Primeiro é o solo, que, daquela terra úmida, gostosa, vai se esvaindo, virando terreno arenoso. Depois é a vez da vegetação, hora bela e cheirosa, que vai murchando, involuindo. Até que, por fim, o sol escaldante de um mórbido Saara toma conta, e nem o grito nem o vento se ouvem. Vazio.
Porém, já é tarde, já se ama tanto o bosque, que o deseto, que vem por consequência, também é amado.
E aos poucos tu entenderá, minha divina, que cabe a ti, e só a ti, regar, com teu carinho, meu deserto. Que está em suas mãos o poder para transmutá-lo floresta novamente, enchendo meus rios, avivando meu fogo.
Quando entenderdes, limparei, como outras vezes já limpei, toda erva daninha que em nosso bosque ousar nascer, até que estas, por desistência, retirem-se por completo. Aí então, e tão somente após tudo isso, estaremos livres para viver a vida, propriamente dita.

sábado, 21 de outubro de 2006

Outras vidas, Mesmas saudades

Sinto saudades...
Saudades daquele tempo,
Que já nem sei qual é!

Saudades daquele templo,
Que nem me lembro qual...
Saudades daquela casta,
Saudades daquela tribo,
Saudades daquelas tardes,
de verão, ensolaradas

Saudades de outros tempos,
cujos só me restam, na memória
Saudades... nada mais.

Meta-poesia

A poesia que muta,
cuja meta, transmuta.

A poesia que escuta,
pra depois ser ouvida.

A poesia que olvida
a paixão mais antiga.

A meta, poesia,
a Meta-poesia

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Realidades

A velha que sorri,
sentada na calçada,
ante as amarguras da vida

O pintor, não o de telas, o de paredes
com a cara manchada de tinta
não pela alegria descontrolada.
mas como resultado do ofício,
hora tão belo, hoje, leve resquício

Não nos alegra
por sua alegria em si,
mas por uma sobreposição de opostos,
de metades diferentes.

São assim, todas essas gentes,
todo esse cotidiano,
que nos mostram todas as vezes
que pendemos ao engano.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Tempo

Ah! Se o tempo
fosse contado em poesia
Se cada hora fosse um verso
e cada estrofe fosse um dia

O Big-ben seria em Portugal,
e meu coração,
um relógio digital
Se o tempo
Fosse contado em poesia

Ah! Se o tempo
Fosse contado em poesia
Pessoa seria meio-dia
e a noite, ah, a noite,
Seria aprazível regalia

Absolutamente tudo no mundo,
mudaria
Mas nosso beijo,
permaneceria eterno
Se o tempo,
Fosse contado em poesia

sábado, 14 de outubro de 2006

Versos

Quando aumentam,
Diminuem...

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Queria compor-te um fado

Queria compor-te um fado
Mas todo meu lirsmo,
ainda que vasto,
Não é português...

Queria compor-te um fado,
Mas nosso destino já está composto!
As tabernas estão fechadas,
E eu, nem sou tão mal-amado

Queria compor-te um fado
Parar tocar-te as cordas do coração
O mais lindo e amado
Mas os Açores já me são distantes...

Queria compor-te um fado,
Como em outra vida o compûs
Mas já não sou português,
e aquele vinho, do porto,
Não é mais encontrado

Queria compor-te um fado,
Mas me falta a inspiração
E o verso mais profundo que compûs,
Já não enxerga a luz...

Queria compor-te um fado,
Um como seu sorriso, encantado
Mas portugal já se morre em mim
E só me resta o mal, o mal, o mal...

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Aqui e lá

Lá fora os carros passam,
Impassíveis,
Lá fora, criançam passam fome,
invisíveis

Lá fora, apenas mulheres
insensíveis
Lá fora, só restam menestréis
risíveis

Aqui dentro, os caminhões me atropelam
sensíveis
Aqui dentro, crianças choram
birrentas

Aqui dentro, apenas mulheres
terríveis
Aqui dentro, SE restam poetas
estas, são certamente,
horas incertas

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

não é gripe

A garganta é inflamada
A cabeça, inchada
...
O nariz que me renega,
e a fome que me falta.

Mas não é gripe...
é amor.
Sofrer por amor não é amar.
então acredito que realmente,
sou, só, mais um literato....
hoje não é poesia que escrevo, ainda que lírico, o texto será desagradável e moribundo. Moribundo como o é minha inspiração, em dias como este, tristes, solitários... Desagradável como a poesia ultra-romântica finada em morte.

tudo aquilo que, nos últimos dias senti, aqui relatei em forma rimada, descontrolada. Mas agora, parece que acabou, que a fonte secou, e só restam palavras vazias, e umas poucas regalias. uma delas é poder me declarar, e ainda assim, o negar. Mas hoje é um dia triste, falemos de tristezas, não de, ainda que poucas, belezas.

Portanto, falarei do que me falta.
Me falta decalamar, cansei de digitar.
Me falta apaixonar, cansei de, simplesmente, amar.
Me falta aquecer, cansei de só querer...

Me faltam as certezas, me sobram as tristezas
Me faltam sentimentos, me sobram os momentos.
Me falta uma palavras, me sobram outras mil
Me falta o teu sim, generoso e gentil.
Me falta a rima boa, o verso do poeta de portugal.

Me falta o grito de basta, me falta a mulher, casta.
Me falta um sorriso, me falta um beijo.
Me falta algo sagrado, me sobra um desejo
e já que me toca falar, falarei dos desejos

Desejo nossa casa, ao pé da serra fria, com um fogão a lenha. Desejo tambores no quintal, Desejo nossos amigos comendo, e eu de avental. desejo teu sorriso toda manhã, e tua pele. Desejo, e não o nego, teu corpo belo, desejo castidade, e outras coisas que divergem entre si.

Mas enfim, desejos são desejos, e de nada servem senão preencher vazios. vazios são segredos, que preenchem todo universo. qual dos dois prefiro, não posso afirmar, tenho vazios e desejos, e tenho vazios desejosos, e desejos vazios...

Mas só a tristeza, hoje, me completa. hoje nada me resta. pois fora essa enxaqueca, é só tristeza. esse nariz trancado e as lágrimas que escorrem. só tristeza, tristeza e um pouco mais... tristeza!

E depois de terminar este texto, eu entendo aquilo que me disseram um dia:
Disse Deus:
"Palavras em tuas mãos são armas, meu filho! use-as a seu bel prazer..."

Hoje sirvo ao mim mesmo, hoje me entrego de cabeça, estas palavras porcas, que expressam tristeza, aqui ficarão. mas para lembrar-me que erros e mais erros virão.

sábado, 7 de outubro de 2006

Vidas Passadas

Nossas vidas,
São passadas
E esta, meu bem,
será também!

Por tantas vezes
nos encontramos
E em todas suspiramos
O suspiro de um amor sincero

Vivemos na índia
Honrando os Devas,
Vivemos nas trevas

Vivemos em tribos
Tocando tambores
Sofremos as dores

Vivemos na europa
estudamos magia,
em meio à anomalia

Mas nossas vidas,
São Passadas
E esta, meu bem,
Será também!

Em todas as vidas,
Nos perseguiram,
E em todas,
Nos perseguirão

Ouvimos os uivos,
Viramos os lobos
Queimamos no fogo...

E novamente
O faremos,
Tudo de novo...
Nada de novo...

Mas nossas vidas,
São passadas
E esta, meu bem,
será também!

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Bossa do desiludido

tu me disseste
Sou sua,
É seu o meu coração
E a lua
Eu disse não

Você disse me veste!
Eu gritei rua
Você me beijou
Me ama!
me implorou

retruquei, não posso, já amo,
Tu disse:
o amor é cigano!
E pra cama me empurrou

Eu chorei e disse:
Não!
cigana, ó infame,
é a paixão!
a carne e a fome

O amor é eterno
É fogo divino
que arde no inverno,
no velho e no menino

Tu não vais vencer,
pobre profana
o amor não pode morrer
Você que se engana...

As regalias do caminho

Ah... as regalias do caminho...
As flores na beirada...
os amigos de estrada,
que nos trazem um pouco de carinho

Ah, as regalias do caminho...
Os sonhos encantados,
Os poemas apaixonados

São eles que nos ajudam a continuar...
Em cada tropeço, se reerguer...
E cada vez mais, crescer
lembrando sempre de não se identificar...

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Teus fios dourados

Teus fios dourados,
Espalhados
Teus olhos vidrados,
encantados.

Nossos beijos apaixonantes,
infantes
Nossa dança enebriante,
Flutuante.

Meu sorriso indiscreto
direto
Minha vida, minha alma
calma...

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Te quero

Enquanto tantos querem tua alma,
Eu, que a possuo,
Estou perdendo a calma
Pois sou mortal!
Sou carnal!

Quero tua pele
Nos meus lençóis de seda
Quero, abraçado a tí,
seguir esta vereda...

Mas esse dia não chega!
E o tempo me enrola,
Esse ponteiro me cega!
Eu tento não dar bola

Mas é tarde demais
Já te amo,
e quem ama,
Quer sempre mais!

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Poesia

A luz que batia em teu rosto
Enquanto você dormia:
Poesia

O sol que nasce na praia,
E o mergulho que me resfria:
Poesia

O xamã que canta na chuva.
Mil cânticos de euforia:
Poesia

Poesia, Poesia,
O fogo que queima no homem
Que mata o homem em vida
Poesia

domingo, 1 de outubro de 2006

Aos mil de mim

Aos mil de mim,
Diabos senhores.
Aos que me vendi:
Não esperem grandes coisas

Aos mil de mim,
Futuros escravos.
Aos que serão aniquilados:
Seu destino é a poeira

Aos mil de mim,
que me fazem mortificado.
Aos pré-conceituados:
Terei meu fogo avivado

Aos mil de mim,
de destino incerto.
Aos que serão carvão:
No fogo divino, eus,
Vocês queimarão!

sábado, 30 de setembro de 2006

São sempre os mesmos

São sempre os mesmos rostos,
Falsos felizes.
De Adão aos 3 cavaleiros
dos 7 dias aos 7 selos.

São sempre as mesmas diretrizes,
Criadas para serem burladas
Das cavernas ao espaço
De Grécia a USA

São sempre os mesmos
Os mendigos na calçada
Os motoristas na estrada

Só eu não sou o mesmo
Sou fugitivo capturado
E guerreiro vencedor
Sou índio batedor,
Ídolo corretor
Poeta, poeta

Sou Fernando, um monarquista
Sou Neruda, comunista
E até, pasmem,
Sou mil eus, anarquistas

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Teus beijos guardados

Teus beijos,
Meu bem,
Já são Meus

Por mais que os creia guardados,
em planos além,
Teus beijos,
Meu bem,
Já são meus

Meus braços e os seus,
Já nem existem mais
Teus beijos já são meus,
Meu bem

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Patetas Poetas

Sento no camarim
Para mais um dia de longo trabalho
Tinta vermelha ao redor da boca
E branca no resto do rosto
Nariz vermelho e vários sorrisos
Patetas poetas, poetas patetas

Repasso poesias
Imaginando futuras palmas
Aos poucos, se vai a calma
Que será que pensarão?
Poetas patetas, patetas poetas

De cima do palco
Uma platéia atenta me observa
Mas só dois olhos me importam
Patetas poetas, poetas patetas

As palmas vieram comedidas,
algumas quase homicidas
Mas aqueles olhos brilharam,
E só eles me importaram
Poetas patetas, patetas poetas

Ao meu lado

Ao meu lado
Há sempre um lugar vago
No sofá, ônibus, cinema
Em qualquer esquema
Há sempre um lugar vago

Sempre o mesmo vácuo
Que me causa tontura
Me suga, torura
Me exprime criatividade

Mais parece um chicote
batendo no lombo do burro
que lhe dá forças
tirando alegrias

Penso se um dia
a luz de ocupado acenderá
Se um dia um grande amor virá
até lá, me resta poesia

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Contra Ponteiros

Essa nossa mania
de contar ponteiros,
nos leva contra ponteiros

Essa mania
de medir tudo com tempo
nos faz perder amores
não ver as cores

Medida de tempo
Não é nada além de medo

E que medida é essa?
Que controla sentimentos,
Pensamentos, movimentos
E outras coisas mais.

Tempo não é Deus!
Tempo é besteira
Nisso de medir tempo,
pra ser comedido,
perdemos tanto tempo
que nem foi medido

Acabamos esquecendo
que a vida,
só se vive vivendo
nunca temendo
nem tempo nem enredo


Pois história se faz assim,
passeando no jardim!

A parte ruim de uma paixão

A parte ruim de uma paixão.
É toda essa tensão
querendo te ver
esse aperto no coração
que não para de crescer

É saber que mesmo sendo minha
não se sabe o que será
É esperar sentado, na cozinha
por um dia que, quiçá,
um dia chegue a ver

E ter vergonha do que sente
achar que não é gente...
A parte ruim de uma paixão

A parte ruim de uma paixão
é o medo do não
da volta à solidão
que nunca foi embora

domingo, 24 de setembro de 2006

Hai-Kai's

Como hai-kai's são curtos demais pra por um por dia, vou fazer um post com vários... excluso o fato de que filosofar sobre hai-kai's demora muito mais do que sobre poemas comuns...

Hai-kai sentimental

Sorriso:
Melhor dar ou receber?

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Hai-kai sentimental II

Saudade:
Morrer pra depois matar!

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Caminhos

me leva contigo
pelo doce caminho,
que atravessa o redomoinho.

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Viver

Venha e junte-se a mim!
Vamos trabalhar por amendoim!

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Açougue da mente

Me veja 1 Kg de metáforas!
Mas com pouco sarcasmo!
Da última vez, estava intragável!

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Meu lirismo é tão profundo
Quanto um prato fundo

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Vários Pessoas

Li uma vez sobre um Pessoa,
Que foi, ao mesmo tempo,
Muitas pessoas

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sentimentos

Minto sentimentos...
Sinto pensamentos...

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Muitos e nenhum

Eu sou um com cada um,
Pra no fim, não ser nenhum!

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Quadro dos sonhos

Pinto na tela branca
Sonhos de outrora
E assim, imprudente,
Esqueço do agora!

Amante Mascarada

Revela-me,
Ó flor de minh'alma,
Tua identidade!

Não mais posso
Aguentar essa falta de ti,
De teus beijos,
Teus abraços.

Já não me basta,
Tua companhia em noite calma
Vestindo, ambos,
Nada além D'alma

Preciso do teu corpo,
Para pertencer-te,
Para juntos,
Sermos 3!

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Pintando Palavras

Eu e o papel
Lutamos, entre nós,
Uma luta respeitosa

Ele me instiga,
Eu o rabisco
Com um risco arisco
Que aos poucos toma forma


E no fim,
Mais confiante,
Arrisco pintá-lo
Com doces palavras,
Azuis e laranjas,
Verdes e vermelhas.

E assim continuo,
Vivendo desta arte sublime.
Pintando palavras...