Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Sobre tristeza e felicidade

Há um bom tempo atrás, mais de 4 meses já, tivemos no CNSC a Semana Xamânica... de 15 a 18/06... no penúltimo ritual, no sábado à noite, as mulheres subiram para a tenda do suor, a sagrada INIPI. e nós, os irmãos, fizemos um trabalho bem solto, quem queria bailar, bailava, quem queria ficar na fogueira, ficava, quem queria se concentrar, concentrava.
Acho que foi a união de tanto tempo em ritual juntos, ou quem sabe foi só o amor mesmo, mas aquele foi efetivamente o dia mais feliz da minha vida! ali eu balei e abracei aimgos de outras vidas, e agora, desta também, mas amigos de verdade, guerreiros de uma frente de batalha, que eu sei, estarão sempre a meu lado quando eu precisar de ajuda, quem tava lá sabe.
Quando eu cheguei em casa, evidentemente, corri escrever sobre aquele bailar, aquele flutuar entremeado de abraços, os mais gostosos que já dei. mas não consegui. as palavras não fluíam, e se fluíam, eram ralas, não preenchiam todo meu sentimento. terminei desistindo.
Mas aquilo me marcou, marcou profundamente. Não entendia o motivo de não conseguir escrever sobre aquilo quando na minha mente, no momento, eu só gritava: QUÃO POÉTICO TUDO ISSO! O tempo foi passando e como sempre, nos esquecemos das coisas... dos bons sentimentos do espírito, de wakan tanka, e vamos caindo no ego, e bate a tristeza de vez em quando... e nesses dias de tristeza eu escrevo super bem.
Ao notar isso, conversando com uma amiga hoje, ela me disse: "talvez a tristeza seja a beleza da vida". Me recusei a aceitar e respondi: "eu num concordo não... acho que a beleza da vida é um bom ritual xamãnico de bailado, é tão belo, mas tão belo, a felicidade que explode a cada abraço num amigo, que eu tentei por em palavras e nada saiu tão colorido quanto é de verdade."
Essa resposta me veio acompanhada de uma luz, que me explicou o motivo tão estranho de a tristeza ser mais dada a poesia que a felicidade.
É O COLORIDO!!!
Os momentos realmente felizes da vida, são tão coloridos, mas tão coloridos, que é impossível "Pintá-los em palavras".
dá pra pintar a paixão, dá pra pintar o desejo e pintar as lágrimas, mas por que é tudo carnal, meramente egóico. e palavras são superiores à carne, mas não ao espirito, acho que é por isso que felicidade não se poetisa. felicidade, plena e verdadeira, é só espiritual, só se sente, só sabe quem já teve. Poetas transcrevem sentimentos, felicidade não é sentimento, sentimento é mera liberação de toxinas no corpo físico. felicidade é em todos os corpos, e não pode ser descrita!

abraços e mais abraços,
Mikha dos Lakota!

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