Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Tic... Tac...


Tic tac, tic tac, tic tac,
Foi-se o tempo do tempo,
e o tempo atual é o do momento,
presente, embrulhado em papel colorido.

Cor de tinta e tingido
roubado do tempo, o bandido
o presente que salva a mocinha,
a vida, eterna e todinha.

E quando desbota,
pela fricção dos ponteiros,
é que a vida ganha a cor,
ganha enfeites e sabor.

Então deixa de ser mímese
Passa a ser naturalmente real
Hora?
Não se pode fazer da vida uma síntese
Simples como instinto animal.

Pois só quando é extinto
o tempo e o animal
que a vida ganha forma
no sem-tempo universal.

No sentido inverso
Vivemos todos num só verso
Onde o mundo é cego e surdo
Aos lamentos do tempo mudo.

E o tempo — que não pára —
nos enrosca na Samsara
E em seus ponteiros a girar.
tic tac, tic tac, tic tac.

Mikha/

domingo, 21 de outubro de 2007

Os minutos, as horas e os dias.

De antes em diante
rumo à Eternidade,
nossos destinos se cruzam
em um ponto qualquer do Jamais.

Algumas vezes para sempre,
outras nunca mais,
Nossos lábios se tocam,
em paralelos infinitos.

Se não hoje, quem sabe amanhã.
Ou depois, ou depois...
O que é o tempo afinal,
medida inválida e banal.

E se em nosso encontro marcado
no seu futuro, meu passado
por uma falha do destino
Eu não comparecer

Eu lhe peço, querida,
que me aguarde mais uma vida,
por entre espinhos e solidão
ou ao menos mais uma vez.

Me disseram certa vez
ser cedo demais,
Me disseram também
"A hora já passou"

Eu não acreditei, e ainda duvido
que nossa vida seja definida
por algo tão frágil como o vidro:
Os minutos, as horas e os dias.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Eu escolhi!

Eu escolhi o meu caminho
Sem fim certo, como o vento do deserto
Um caminho solitário,
arriscado e conturbado.

Nesse rumo, a mata é densa,
os peçonhentos nos envolvem
e por ela não passa ninguém que pensa
As serpentes, lá, nos cercam.

Essa trilha solitária,
que a nada conduz, senão à luz,
nos promete apenas batalhas,
e vitórias sempre certas.

Certo dia, neste caminho,
olhei para o meu lado,
e me surpreendi:
Não estava, afinal, sozinho!

Haviam mil soldados de cada lado,
Todos tão solitários,
Porém muito bem acompanhados
por si só, e por seu cristo interior.

Feliz como um qualquer,
Ergui minha espada e batalhei
e já venci inúmeras batalhas,
mas a guerra inda me espera.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Faz-de-Conta

Faz de conta, e não me conta
que sou eu o príncipe
do seu conto de fadas.

Faz de conta, e não me conta
que é comigo que te encontras
naquelas noites encantadas

Faz de conta, e não me conta
Pois me satisfaz poder contar
os dias e noites até te encontrar

Faz de conta, e não me conta
Que meu nome está gravado
Em cada conta do seu colar.

Faz de conta, Faz-de-conta,
eu também sou criança
e acredito em fadas
e em princesas apaixonadas.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Pedregulhos

***Para Virgínia, pela inspiração!***

Criamos ao longo do tempo uma pedra
chamada, por muitos, medo.
essa pedra grande e inconstante,
está sempre pronta a desabar.

Nesse chacoalhar terrível
nos convida a mais pedras produzir:
Sustentando nosso medo,
dando a ele embasamento.

Cada pedra é um segredo
que nos sufoca a vida.
e abaixo da grande pedra do medo,
os raios de luz só servem para assustar,
clareando a terrível montanha que construímos.

No dia que percebermos todos nossos erros,
encontraremos também a chave desse enigma
e estaremos prontos a receber do Universo.