Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

domingo, 13 de março de 2011

Desejos

Por que desejar o poder,
Se já posso?
Por que desejar bens,
Se sou Bom?

Por que desejar ser amado,
Se já amo?
Por que desejar saber,
Se já Sou?

Como posso eu me melhorar,
Se Deus me fez à sua imagem e semelhança?
Como posso procurar a Felicidade,
Quando sou a própria encarnação da Felicidade?

Como posso desejar conhecer outros lugares,
Se tudo é um, e tudo ao mesmo tempo está dentro e fora de mim?
Como posso amar uns, e detestar outros,
Se no fim... Se no fim...

Mitakue Oyasin

Amigo da Vida

***O texto a seguir é uma releitura da poesia Viver, também de minha autoria***

***Dedicado a Lucas Avelar, por sua grande amizade com a Vida, que muito me tem ensinado***

Eu fiquei mesmo amigo da Vida, e ela não me desapontou. Como prometido, me colocou para ver seu espetáculo de camarote. E de cima, afastado, pude compreender melhor as nuances da peça.

Observando as nuances, enxerguei as falhas dos atores e, como bom ser humano, me ressenti por uma atuação imperfeita, que afetava diretamente o meu espetáculo, o enredo que eu escrevi. Entretanto sou um homem de sorte, sou amigo da Vida.

E quando a Vida nos reconhece como AMIGO MESMO, Ela dá conselhos a seu próprio respeito, como uma narrativa do show. Ao perceber meu sincero ressentimento, a Vida parou minha peça por um momento, exibindo então cenas de minha própria atuação, nos espetáculos em que fui coadjuvante.

Reconheci, então, minhas próprias falhas e improvisos no enredo de outros autores, e assim a Vida me ensinou uma grande lição sobre os erros dos outros: a ACEITAÇÃO. Mas tendo a Vida percebido que já havia aprendido bem a lição, ensinou-me ainda uma lição que está acima da aceitação: o PERDÃO. Ao PERDOAR, compreendi a divindade da falha.

Então tornei-me profundamente grto aos outros atores por sua atuação impecável e chorei, emocionado pela PERFEIÇÃO da VIDA. Agora, ainda mais atento ao espetáculo, busco tornar-me cada vez mais impassível aos erros e acertos de meus companheiros de palco – algo me diz que assim, o final poderá ser mais feliz. Enquanto o teatro não chega ao fim, no entanto, tenho a certeza de viver o momento atual com leveza... Feliz.