Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Inveja poética

Quando em vez, ao ler os mestres da poesia,
sinto uma inveja poética, ou talvez uma admiração egoísta,
Não sei que nome dar, pois é como o amor,
Não se pode expressar…

É uma sensação de sentir tão fundo e forte
tudo que eu sinto que o poeta sentiu,
que é quase como se fosse ele sentindo em mim,
Ou eu sentindo nele, não posso expressar…

Talvez seja puro egoísmo, sim,
querer tudo que foi escrito para mim,
quando já devia sentir-me honrado
por poder ler e reler Goethe e seu Fausto,
Dante, e sua Comédia, Pessoa, e seu rebanho tão bem guardado.

E ao ler um poema como este,
sem métrica, poética ou qualquer coisa assim,
Percebo que não sou melhor ou pior que ninguém,
Posto que o que eu escrevo, também sai de mim.

sábado, 21 de agosto de 2010

Meus quês

Tenho muitos quês…
Um quê de vil, um quê de Bom,
Um quê de são, um quê de não…

Um quê de Uno, um quê de Todo,
Um quê de escudo, um quê de espada
Um quê de tudo, um quê de nada.

Eu e meus quês, pela estrada a fora…
Um quê de vencedor, um quê de vencido,
mas nenhum de derrotado.

Eu e meus quês, e vou bem contente…
Mas com um estranho quê de descontente,
com meu maior quê sempre me atormentando:

QUÊ HISTÓRIA É ESSA DE QUE FELICIDADE SE COMPRA?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Anahata

Do ponto em que o mundo se fez mundo
E deixou de ser idéia,
A inconstância reinou
Sobre o passado e o futuro
Mas o presente,
Permanece intocável

De Lábios a Ouvidos

Ayahuasca, ouvi teu canto
A Liberdade, o teu encanto
Ayahuasca, tua pureza
Nos mostra o brilho da Natureza

Hei de amar o teu gosto amargo
Para viver o teu mundo amplo
E nesta escada, subir bem alto
Rumo ao próximo degrau

Ayahuasca, tua força fecunda
Faz nascer em mim
A luz do Cristo no peito
À luz do cardíaco aberto,
A voz de Jesus,
De lábios a ouvidos

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Somente Poesia

Poesia não se mede em qualidade
em versos ou estrofes
Poesia não se mete em rótulos literários,
nem se julga digna de honorários

Poesia não se limita às limitações humanas,
pois é a transcendência delas
Poesia não se escafandra mais em estilos,
Pois se libertou e tornou-se digna do UniVerso

E n’Ele, se mescla uma À outra,
sem autor, sem estilo,
Somente Poesia.

E se amanhã…

E se amanhã um sábio
pensar em decifrar meus versos
que seja sábio o bastante
para sequer tentar

sábado, 7 de agosto de 2010

Sêde meu servo na Terra

Sêde meu servo na Terra – disse ele -
E eu serei teu Mestre no Céu.

E se desdobrou num pó dourado
que fez brilhar sua sabedoria atômica.

Meu Heterônimo

para Marcelo Borges, pelas noites de conversa frente à mata mágica…

Eu também criei um heterônimo para mim…
Seu nome é Fernando, e como diversão,
cria seus próprios heterônimos.

Fernando é uma Pessoa singular,
Tem óculos redondos, nariz reto como seu caráter,
Um curto bigode e está sempre de chapéu.

Seu terno é velho e surrado, pois ser tradutor,
ainda que talentoso, não lhe rende muito dinheiro.

Mas Fernando, embora não saiba,
pressente o que está construindo.
Um futuro moderno, sólido, retilíneo como seu nariz.

Uma pena que este futuro já tenha até data programada
e ela seja posterior a sua morte.

Mas dessa vez, os jornais ditarão:

Morre mais uma vez Fernando Pessoa, desta vez, reconhecido em Vida.