Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Devagar, Divagar...

Eu quero ir aos poucos,
Devagar...
Sendo importante para você,
Devagar...

Sendo agradável a você,
Devagar...
Eu quero aos poucos te ter
Devagar...

E aos poucos quero ver você
Divagar
Em pensamentos a meu respeito
Divagar

Por dias a fio, com seus cabelos no meu peito
Divagar
Sobre as belezas de me amar,
Devagar

sábado, 15 de outubro de 2011

Pessoa e Jesus

Sim, Fernando,
O menino Jesus também me ensinou tudo.
Mas muito do que ensinou,
Ensinou-me a partir de tuas palavras.

Ensinou-me, através de ti, a ir além do que se vê
E também, que quem o conhece, não crê,
pois só acredita aquele que só ouviu falar D'Ele.

Ensinou-me a colher as pedras do caminho,
E um dia, unindo-as, construir o castelo mais lindo.
E ensinou-me que são ridículas as cartas de amor,
mas que nem por isso me negarei a escrevê-las.

Ensinou ainda que todas as paragens estão em mim
e que por isso não preciso ir a lugar nenhum, pois guardo tudo em Si.
Ensinou ainda que quem deve ir a algum lugar, são meus versos,
E por isso, devo saber deles despedir-me e vê-los ir longe.

Ah Fernando, quanto ensinou-me esse poeta Jesus,
Através da cruz de malta que em teu peito gravou!
Ensinou-me a influência dos astros
e a multiplicidade heteronímia do Ser.

Esse menino poeta ensinou-me através de Si, Fernando,
A escrever versos que confundam como os teus,
para que os hipócritas, os profanos e os ateus,
ao os lerem, nem sequer creiam entender.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Poesia

Na poesia encontro calma,
Encontro paz, sossego
Na poesia encontro parte da alma...
Tanto da minha, quanto de quem a escreveu

Encontro algumas verdades imprecisas,
E outras de precisão cirúrgica
Encontro a alegria do copo e da oração
Do amor mundano, do Amor Cristão.

E neste encontro de opostos,
Defino o tempero correto para a minha refeição
A dose correta de dor, romance, alegria, amor,
Responsabilidade e diversão.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Releitura de Viver


O texto a seguir é uma releitura de uma das primeiras poesias postadas neste blog. Na época em que escrevi Viver (dez/2006), a vida me parecia nada além de uma espiral de cores lindas e hipnóticas. Talvez não passasse disso mesmo, à época.


Hoje, vi que há cenas em preto e branco, assim como cenas coloridas. Há calmaria e tempestade. Aprendi que na vida, temos momentos onde tudo parece perfeito e outros de puro desapontamento. mas que em momento algum, aqueles que sabem Viver, de fato, perdem a amizade da Vida. Então, escrevi uma releitura amadurecida do poema Viver, bom proveito:

Eu fiquei mesmo amigo da Vida, e ela não me desapontou. Como prometido, me colocou para ver seu espetáculo de camarote. E de cima, afastado, pude compreender melhor as nuances da peça.

Observando as nuances, enxerguei as falhas dos atores e, como qualquer ser humano, me ressenti por uma atuação imperfeita, que afetava diretamente o meu espetáculo, o enredo que eu escrevi. Entretanto sou um homem de sorte, sou amigo da Vida.

E quando a Vida nos reconhece como AMIGO MESMO, Ela dá conselhos a seu próprio respeito, como uma narrativa do show. Ao perceber meu sincero ressentimento, a Vida parou minha peça por um momento, exibindo então cenas de minha própria atuação, nos espetáculos em que fui coadjuvante.

Reconheci, então, minhas próprias falhas e improvisos no enredo de outros autores, e assim a Vida me ensinou uma grande lição sobre os erros dos outros: a ACEITAÇÃO. Mas tendo a Vida percebido que eu já havia aprendido bem a lição, ensinou-me ainda uma lição que está acima da aceitação: o PERDÃO. Ao PERDOAR, compreendi a divindade da falha.

Então tornei-me profundamente grato aos outros atores por sua atuação impecável e chorei, emocionado pela PERFEIÇÃO da VIDA. Agora, ainda mais atento ao espetáculo, busco tornar-me cada vez mais impassível aos erros e acertos de meus companheiros de palco, pois algo me diz que assim, o final poderá ser mais feliz. Enquanto o teatro não chega ao fim, no entanto, tenho a certeza de viver o momento atual com leveza... E portanto, Feliz.