Dedicatória

Dedico este blog a todas as palavras a serem sentidas, a todos os sentidos a serem floridos, a todos os sorrisos e risos. Às pessoas prontas para sorrir e às maduras o suficiente pra chorar. Dedico a quem sabe amar e gargalhar... a quem pode se orgulhar! Dedico também à espontaneidade, que é mãe da boa poesia e da filosofia. e já que falamos da mãe, falemos também do pai, que é o sentimento que semeia a espontaneidade para gerar sublime deusa, poesia. Dedico à poesia, a poesia. Ao amor, mil utopias. Dedico este blog a quem me faz sofrer, já que o sofrimento é irmão do sentimento, que é pai da poesia. dedico também, e principalmente, aos amigos de verdade, àqueles que — nem eu nem eles — não têm falsidade.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Insanidade comedida

O Poeta não pode ser puro,
posto que a pureza afasta seus sentimentos.
O poeta deve ser verdadeiro,
para mergulhar em seus mais profundos medos.

O homem puro é mentiroso:
esconde seus desejos, anseios e palavras.
A pureza não faz parte de nós,
mas a sinceridade nos conduz à limpeza.

Entregar-se ao que se sabe mal não é sinceridade, é burrice.
E se digo que não precisamos ser puros,
não significa sermos estúpidos.
Ser impuro é ser verdadeiro, posto que não há homem puro.

Buscar a pureza pode ser um anseio,
e se o for verdadeiro,
Há de ser sua escolha.
Mas buscá-la somente por ser o correto, é burrice, sim.

Do outro lado da moeda, porém, reluz um brilho enganador.
O homem buscando ser verdadeiro maximiza seus erros,
E escolhe cometer uma estupidez atrás da outra.
”Estou sendo eu mesmo” ou “verdadeiro”, diz ele.

E sob esta desculpa, se lança ao despenhadeiro,
Fazendo tudo o que sabe ser ruim e danoso.
Algo de saudável em tudo isso? duvido muito,
A insanidade desmedida não é amiga da poesia.

Embora tenhamos conhecido poetas insãos,
Eram também infelizes, e vazios.
a plenitude e a felicidade só se atinge
Pela insanidade comedida.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Atraso inspiratório

Não sei por onde começar…
Que parte de mim esmiuçar?
Um Universo se desdobra ante mim
e nenhum verso se completa em minhas mãos.

Procuro a inspiração no copo, e não encontro
Nos poemas de outrora, e não encontro,
Nos sorrisos dos mentores, e não encontro
Parece que a inspiração de hoje, me aguarda amanhã…

Não é tristeza o que sinto, mas plenitude
A plenitude mais vazia que alguém já sentiu
dentro de meu ser ecoa o silêncio
E em minha mente, o som do Vazio.

Mas onde está a inspiração?
Tirar a inspiração do poeta, é tirar:
Do amante, sua amada,
Do pintor, seu pincel,
Do escravo, seu algoz.

Um poeta sem inspiração é livre,
mas não pode voar, pois tem suas asas tosadas
E que liberdade é essa, que limita seu liberto?
O poeta, para ser livre, precisa ser escravo das palavras.

Palavras

JesusSorrindo2Vez ou outra tenho enorme dificuldade em escrever, então paro e tento entender o motivo de me faltarem as palavras. Descobri, numa dessas meditações, que palavras não me bastam.

Cheguei à conclusão que escrever sobre certas coisas é como descrever as nuvens como sendo de algodão. Somente uma mente muito limitada diria que algo tão belo como uma nuvem é feito de algodão. Escrever sobre certos sentimentos tem o mesmo significado.

Por um tempo pensei que eu havia ficado insensível para as palavras, pois vinha escrevendo cada vez menos poesias. Hoje entendo que não…

A verdade é que eu tornei meu sentimentos tão fortes, que as palavras já não os alcançam mais, então elas me fogem à boca, quando tento expressar tudo que sinto, este misto de êxtase, amor, alegria e muito mais que experimento simplesmente por poder abrir os olhos todos os dias.

Certa vez perguntei ao meu Mestre, em meditação: “Senhor, há tantos no mundo que nunca sentiram essa felicidade, Por que o senhor permite isso?”

Sua resposta, entremeada por um sorriso discreto, foi: “É por eles que você está vivo, meu filho.”

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Inconstância

Humilde e indigna homenagem a Fernando Pessoa e Dante Alighieri,
que são nesta obra meus inspiradores.
Me perdoem, indiretos mentores,
mas foi o melhor que consegui.


Eis que em nova jornada me encontro
mas desta vez, traje e destino são outros.
O chapéu e o bigode ficam para trás,
Assim como o destino caloroso e apraz.

Não que o novo caminho me desagrade,
- quem não gostaria de cumprir seu destino de frade? -
Mas os rios do verão são mais caudalosos,
E suas curvas os fazem mais prazerosos.

E nesta minha inconstância
de trajes, destinos e ânsia,
De poucas coisas não desisti
entre tantas experiências que vivi

Uma delas, posso dizer de fato,
são as mudanças: contínuo ato
de seguir livre como o vento
e, como ele, repousar ao relento.

Se há outra coisa que não me magoa
Por ser em mim imutável como a lagoa
é o Amor a todos equivalente (sem pausas)
que me revigora constantemente.

E ao lembrar de ventos e lagos,
à memória me vem ultima permanência que não causa estragos:
Ser, da natureza e do Universo,
um dos raros intérpretes em prosa e verso.

domingo, 12 de abril de 2009

Mudanças

Muita coisa muda em sete meses
Muda-se o tempo, os sorrisos e os prantos,
Mudam-se as finanças do mundo inteiro
Mudam-se as estações do ano, duas vezes.

Muita coisa muda em sete meses
Mudam-se fótons e mudam-se quantuns
Mudam-se prótons, nêutrons e elétrons
Mudam-se amigos, companhias se vão

Mudam-se as metas, e até alguns tropeços se mudam
— estes para bem longe, quiçá —
E dentro de tanta mudança, muda até o meu amor por ti
Muda para mais, para melhor,
muda e transmuta aquilo que ainda há de se mudar de mim.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Lua

Eu quis, um dia, escrever para a Lua

Mas a Lua não quis meus versos,

E me cortou a Inspiração.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Inspirar+ação

Por Priscilla Lobo de Araújo

Quando nada mais faz sentido, todas as possibilidades se esgotam pelo tempo.
Aparece você num breve fim de tarde para alterar meu destino.
Talvez o destino de sofrer pelo nada em que se transformou meu dia.
Senti algo diferente quando as luzes se acenderam. As luzes do meu sorriso por ti. Pelas coisas tuas.
Pensamentos, palavras e possibilidades. Apenas Senti.
O amor só se faz sentir quando pode ser ofertado. É uma troca. Uma iguaria divina.
Ainda que esse desfrute seja o amor ofertado em carinho das minhas mãos pelos meus pés.
Coletivo e não individual.
E então, as luzes se acendem: a felicidade brilha nos olhos.
Os sorrisos desabrocham em mim cultivados pelo teu amor.
Amor de inspiração, de um fim de tarde. Me sinto poeta, tarde,
por não desabrochar antes e me tornar bela flor.
Por que a demora, se somente precisava do teu adubo?
Da energia que faria até as estrelas no céu acenderem?
Já é hora de partir. Partir para a noite já preparada em meu leito, onde não te encontro.
Impossível seria deixar de perceber que hoje, num dia que mudei o destino,
desabrochei em flor alimentada pelo teu doce amor.